Volume 2 - Fundação Amazonas Sustentável
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Apresentação e caracterização do grupo<br />
Os mamíferos, com cerca de 5.023 espécies viventes, é uma das mais<br />
variadas classes de animais, em termos morfológicos e de ocupação de habitats.<br />
Entre seus representantes temos gambás, tatus, tamanduás, roedores, felinos,<br />
focas, morcegos, baleias, cavalos, macacos e o homem, além de muitas espécies<br />
extintas. Há espécies de mamíferos que vivem desde as regiões polares aos<br />
trópicos, desde as florestas tropicais úmidas aos desertos mais tórridos e secos,<br />
além de espécies capazes de explorar os mares, rios e de voar (Pough et al.,<br />
1999).<br />
Todos os mamíferos atuais são, em maior ou menor grau, cobertos por<br />
pêlos e têm controle interno de temperatura (endotérmicos). O termo distintivo<br />
“mamífero” se refere às glândulas mamárias das fêmeas, que fornecem o leite<br />
para alimentar os filhotes. O cuidado à prole é mais desenvolvido nesta classe e<br />
alcançou grande complexidade nos hominídeos.<br />
Os menores mamíferos são mussaranhos e camundongos, com menos<br />
de 5 centímetros de comprimento e apenas alguns gramas. O maior mamífero<br />
terrestre é o elefante africano (Loxodonta africana), que pode pesar até sete<br />
toneladas. No mar, a baleia-azul (Balaenoptera musculus), que pode alcançar<br />
31,5 metros e pesar 119 toneladas, é o maior animal que já existiu na Terra<br />
(Gould & McKay, 1998), e sua área de ocorrência inclui as águas territoriais<br />
brasileiras. O tamanho das espécies terrestres do Brasil varia muito, desde<br />
cerca de 5 centímetros e alguns gramas nos pequenos roedores até<br />
aproximadamente 1,8 metros de comprimento e 300 quilogramas da anta<br />
(Tapirus terrestris).<br />
Importância econômica e ecológica<br />
Os mamíferos são de extrema importância para o homem. Espécies<br />
domesticadas fornecem alimento, vestuário, companhia e transporte (embora<br />
não existam mamíferos brasileiros tipicamente domesticados). Alguns herbívoros<br />
e carnívoros causam, respectivamente, danos às colheitas e às criações do<br />
homem, ao passo que outras espécies podem ser reservatórios de doenças<br />
(e.g., morcegos hematófagos, gambás, macacos) ou polinizadores e dispersores<br />
de sementes (e.g., morcegos nectarívoros e frugívoros, roedores). Podem ser<br />
ainda destacadas espécies de grande valor para educação ambiental e<br />
ecoturismo, como primatas e mamíferos aquáticos (Gustavo Fonseca e Raquel<br />
de Moura, questionário do estudo). Muitas espécies de médio e grande porte<br />
são caçadas por causa de sua pele ou carne. A Tabela 2 apresenta a importância<br />
econômica e ecológica dos mamíferos.<br />
Conhecimento da diversidade<br />
A maioria dos mamíferos são noturnos, esquivos, e(ou) vivem em habitats<br />
de difícil acesso, como tocas e copas de árvores, e por isto, raramente são<br />
vistos. A captura da maioria das espécies para estudos científicos demanda um<br />
grande investimento de tempo, pessoal especializado e, muitas vezes,<br />
equipamento caro. Esta, talvez, seja a principal razão pela qual ainda haja<br />
muitas espécies desconhecidas. De acordo com Vivo (1996), a mastofauna<br />
brasileira não foi suficientemente inventariada e novas espécies devem ser<br />
descobertas. Segundo este último autor, há uma grande parcela da fauna de<br />
mamíferos “escondida”. Este conceito se aplica de forma distinta para as<br />
diferentes ordens de mamíferos brasileiros. Por exemplo, os representantes da<br />
Ordem Rodentia (roedores) são claramente subestimados quanto à sua<br />
diversidade, devido ao seu pequeno porte e hábitos esquivos. Junto com<br />
morcegos, marsupiais e primatas, eles formam as quatro ordens mais