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Volume 2 - Fundação Amazonas Sustentável

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Vertebrados<br />

numerosas no Brasil e, com exceção de uma espécie de preguiça (Xenarthra) e<br />

uma de veado (Artiodactyla), são as únicas ordens com novas espécies descritas<br />

após o século 19 (Tabela 13). Por outro lado, mamíferos maiores e pertencentes<br />

a grupos conspícuos são mais bem conhecidos, e suas espécies foram descritas<br />

nos séculos 18 e 19 (Tabela 13).<br />

De qualquer modo, as espécies desconhecidas no Brasil ainda incluem<br />

animais maiores ou conspícuos, pois há áreas imensas pouco amostradas. De<br />

uma grande massa de espécimes coletados em área inundada por barragens<br />

na Amazônia, por exemplo, Voss & Silva (2001) descreveram duas novas<br />

espécies de ouriços (Coendu spp.). Também para a Amazônia, foram descobertas<br />

seis espécies novas de primatas desde 1996 (Silva-Jr. & Noronha 1998,<br />

Roosmalen et al., 1998, 2000, 2002) em geral por meio de expedições a<br />

locais de difícil acesso. Mesmo para regiões tidas como bem conhecidas, novas<br />

espécies foram descritas. Os exemplos mais famosos são o mico-leão-caiçara<br />

(Leontopithecus caissara), um pequeno primata descrito no início dos anos de<br />

1990 no Parque Nacional de Superagüi, localizado no litoral do Estado do Paraná<br />

(Lorini & Persson, 1990), e o veado Mazama bororo, descoberto na década de<br />

1990 na Mata Atlântica de São Paulo, e descrito em 2003 (Duarte & Jorge,<br />

2003). Nos escassos remanescentes florestais do norte da Bahia e de Sergipe<br />

descobriu-se em 1999 um outro primata, Callicebus coimbrai (Kobayashi &<br />

Langguth, 1999). Segundo Vivo (1998, e questionário do projeto), descobertas<br />

de novas espécies de mamíferos no Brasil, que incluem primatas, não deveriam<br />

ser surpreendentes, dado o grande desconhecimento que temos da mastofauna<br />

e ao pouco esforço amostral comparado às dimensões continentais do país.<br />

Tabela 13. Número de espécies de mamíferos que ocorrem no Brasil, por ordem e época<br />

em que foram descritos. (Fontes: a partir da lista de Fonseca et al., 1996).<br />

O conhecimento da sistemática também é bastante variável, dependendo<br />

principalmente da ordem considerada. Por exemplo, as famílias e gêneros de<br />

Cetacea são bem estabelecidos, ao passo que representantes da Ordem<br />

Rodentia têm famílias ambíguas que exigem redefinição, além da necessidade<br />

de revisão taxonômica em níveis genéricos e específicos. Quirópteros e<br />

marsupiais também são grupos críticos quanto ao conhecimento taxonômico.<br />

A riqueza de mamíferos por biomas brasileiros, endemismo, número de<br />

espécies ameaçadas, grau de coleta e conhecimento do grupo é apresentada<br />

na Tabela 14. Na Amazônia Brasileira há o registro de 311 espécies de mamíferos<br />

(22 marsupiais, 11 xenartros, 124 morcegos, 57 primatas, 16 carnívoros, dois<br />

cetáceos, cinco ungulados, um sirênio, 72 roedores e um lagomorfo). Estas<br />

estimativas são iniciais e, certamente, o número de espécies deve aumentar<br />

conforme a cobertura geográfica dos inventários se amplie e as enormes lacunas<br />

no conhecimento científico sobre a mastofauna amazônica sejam minimizadas<br />

(MMA, 2002).

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