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Campus de Presidente Prudente - Gestão Ambiental e Dinâmica ...

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própria sobrevivência nessa floresta urbana, on<strong>de</strong> sua matéria-prima é abundante e gratuita<br />

e muitas pessoas pagam para se livrar <strong>de</strong>la”.<br />

Os catadores representam apenas um elo, nessa ca<strong>de</strong>ia, que possibilita resgatar<br />

parte dos recursos aproveitáveis disponíveis no lixo das cida<strong>de</strong>s, mas possuem um papel<br />

importante, pois é com seu trabalho que tem início todo um processo <strong>de</strong> reciclagem <strong>de</strong> lixo<br />

em nosso país. Estima-se que os catadores sejam responsáveis por mais <strong>de</strong> 60% do papel e<br />

papelão reciclado, no Brasil, bem como 90% do material que alimenta as indústrias <strong>de</strong><br />

reciclagem <strong>de</strong> alumínio, fazendo do país um dos maiores recicladores <strong>de</strong>ste produto do<br />

mundo, (BRITO, 2001).<br />

Tais catadores submetem-se a uma rotina diária <strong>de</strong> trabalho que, muitas vezes,<br />

ultrapassa doze horas ininterruptas e que geralmente são explorados pelos donos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> sucata (sucateiros). Esse monopólio comercial do sucateiro representa a<br />

espoliação <strong>de</strong>sses “agentes ambientais” e sua perpetuação em condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação<br />

humana.<br />

Como já mencionamos, uma das alternativas apresentadas para fortalecer os<br />

catadores e <strong>de</strong>ixá-los mais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes é a formação das Cooperativas <strong>de</strong> Reciclagem <strong>de</strong><br />

Material Reciclável, apoiadas por Organizações Não Governamentais, Igrejas,<br />

Universida<strong>de</strong>s, Sindicatos, Instituições Sociais, Prefeituras e também pelo governo<br />

estadual em conjunto com o Instituto <strong>de</strong> Pesquisa Tecnológicas.<br />

Segundo Singer (2002, p.78), “a cooperativa representa os catadores perante o<br />

po<strong>de</strong>r público e <strong>de</strong>le reivindica espaço protegido para armazenar e separar o material<br />

recolhido e financiamento para processar parte do material separado, agregando-lhe valor”.<br />

É interessante lembrar o que aponta Singer sobre o resgate da humanida<strong>de</strong>. Os<br />

catadores sofrem muito com a rejeição social, visto estar, freqüentemente, em contato com<br />

o lixo, sua matéria-prima principal, encontrada em lixões, lixeiras, nas ruas e guetos, on<strong>de</strong><br />

negociam e são os locais em que muitos moram.<br />

Entretanto, mesmo os catadores formando cooperativas, para fugirem da<br />

exploração econômica, estes continuam à mercê <strong>de</strong> tal exploração, porque as indústrias que<br />

compram os materiais reciclados são poucas, exigem gran<strong>de</strong>s volumes para negociar e<br />

estes volumes só são alcançados, muitas vezes, por sucateiros que estão há mais tempo no<br />

mercado e financiados pela própria indústria.<br />

É importante salientar que uma parte <strong>de</strong>sse material não reciclado, consi<strong>de</strong>rado,<br />

aqui, teoricamente como se fosse para os aterros, é retirado por catadores informais, os

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