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Campus de Presidente Prudente - Gestão Ambiental e Dinâmica ...

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média <strong>de</strong> 1,3%, (CACCIAMALI,1992), fato que, combinado ao emprego e técnicas <strong>de</strong><br />

produção cada vez menos intensivas em mão-<strong>de</strong>-obra, acabou fazendo com que a<br />

participação do setor no conjunto dos ocupados não mais aumentasse por todo o período.<br />

O <strong>de</strong>semprego só não foi maior e crescente no período do final da década <strong>de</strong> 80<br />

e início da década <strong>de</strong> 90, <strong>de</strong>vido à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção da população ativa pelo terciário<br />

(MATTOSO; BALTAR, 1996, BALTAR, DEDECCA; HENRIQUE, 1997).<br />

De fato, vários entrevistados afirmaram, nas entrevistas, que tiveram que<br />

trabalhar fazendo “bico” ou trabalhando como domésticas, geralmente sem registro em<br />

carteira, conforme apontam alguns entrevistados. O entrevistado Pedro, confirma a<br />

inserção do trabalho terciário quando afirma “Fui mandado embora e fui trabalhar com<br />

produtos hortifrutos, e não estava dando, pois o mercado estava engolindo a gente”. O<br />

mesmo acontece com a entrevistada Lídia, quando afirma que “O meu pai fazia bico e a<br />

minha mãe era doméstica”.<br />

Do mesmo modo a entrevistada Maria reitera quando, na entrevista, aponta<br />

que:“Sai <strong>de</strong> Florestópolis, porque os meus irmãos não queriam uma irmã separada do<br />

marido morando na mesma cida<strong>de</strong>. Catei o colchão, panela e duas filhas pequenas e vim<br />

embora trabalhar na casa <strong>de</strong> uma senhora evangélica”.<br />

Vimos, na fala dos atores sociais pesquisados, que a mobilida<strong>de</strong> social e<br />

ocupacional ocorreu no período <strong>de</strong> 1991 e 1992, que conforme aponta Pacheco &<br />

Pochmann (1997) “foi um período <strong>de</strong> recessão, com efeitos <strong>de</strong>letérios muito mais amplos<br />

em termos sociais e espaciais, atingindo mais agudamente as regiões <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> médio e<br />

gran<strong>de</strong> porte”. Seus efeitos sobre o nível <strong>de</strong> emprego industrial, combinados com aqueles<br />

<strong>de</strong>correntes da abertura comercial acelerada, da ausência <strong>de</strong> uma política industrial, da<br />

<strong>de</strong>sregulamentação dos mercados e da concorrência, da manutenção <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> juros<br />

elevadas, da sobrevalorização cambial pós-94 não parecem ter sido amenizados pela<br />

recuperação econômica a partir <strong>de</strong> 1993 (MATTOSO; BALTAR, 1996; PACHECO;<br />

POCHMANN,1997).<br />

Notamos, então, que o <strong>de</strong>semprego <strong>de</strong>slocou sua trajetória da conjuntura<br />

econômica, tornando-se um grave problema estrutural. Comércio e serviços passaram a<br />

<strong>de</strong>monstrar uma impermeabilida<strong>de</strong> crescente para absorver as massas <strong>de</strong>sempregadas na<br />

indústria e a força <strong>de</strong> trabalho ingressante.<br />

Ao longo <strong>de</strong>sse período (início da década <strong>de</strong> 90), um volume crescente <strong>de</strong><br />

migrantes <strong>de</strong>ixou suas localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> origem dirigindo-se, sobretudo, para áreas urbanas <strong>de</strong>

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