Campus de Presidente Prudente - Gestão Ambiental e Dinâmica ...
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consi<strong>de</strong>ramos, assim, uma cooperativa sem sua originalida<strong>de</strong>, pois as cooperativas por<br />
princípios fundadores e norteadores são igualitárias e não exploratórias.<br />
Desta forma, a mais-valia é algo inoportuno para a concretização <strong>de</strong> uma<br />
eficiente proposta cooperativista, pois:<br />
A mais-valia, ou seja, aquela parte do valor total da mercadoria em que se<br />
incorpora o sobretrabalho, ou trabalho não remunerado, eu chamo lucro.<br />
Esse lucro não o embolsa na sua totalida<strong>de</strong> o empregador capitalista. O<br />
monopólio do solo permite ao proprietário da terra embolsar uma parte<br />
<strong>de</strong>ssa mais-valia, sob a <strong>de</strong>nominação renda territorial, quer o solo seja<br />
utilizado na agricultura ou se <strong>de</strong>stine a construir edifícios, ferrovias, ou a<br />
outro qualquer fim produtivo. Por outro lado, o fato <strong>de</strong> ser posse dos<br />
meios <strong>de</strong> trabalho o que possibilita ao empregador capitalista produzir<br />
mais-valia, ou, o que é o mesmo, apropriar-se <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho não remunerado, é precisamente o que permite ao<br />
proprietário dos meios <strong>de</strong> trabalho, que os empresta total ou parcialmente<br />
ao empregador capitalista, numa palavra, ao capitalista que empresta o<br />
dinheiro, reivindicar para si mesmo outra parte <strong>de</strong>ssa mais-valia sob o<br />
nome <strong>de</strong> juro, <strong>de</strong> modo que ao capitalista empregador, como tal, só lhe<br />
sobra o chamado lucro industrial ou comercial. (MARX, 1996, p. 104).<br />
Como o próprio Marx (1996) apontou, o problema do sistema capitalista está na<br />
apropriação in<strong>de</strong>vida do sobretrabalho por meio do capital. O conjunto <strong>de</strong> fatores, que<br />
esmagam o empregado das empresas privadas individuais, está inicialmente na mais-valia,<br />
até passar pelo sistema financeiro e principalmente no domínio i<strong>de</strong>ológico do trabalhador.<br />
Por isso, a cooperação entre trabalhadores numa associação ou cooperativa num primeiro<br />
momento parece tão difícil, ou seja, os cooperados, antes <strong>de</strong> tudo foram empregados; daí a<br />
mentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subordinados aos ditames dos gerentes, diretores, presi<strong>de</strong>ntes e outros<br />
encarregados <strong>de</strong> empresas individuais.<br />
Por meio da alienação, os trabalhadores são conduzidos para as especificida<strong>de</strong>s<br />
do capitalismo e assim, negam a si próprios qualquer motivação para irem além das regras<br />
postas e impostas; daí a não vonta<strong>de</strong> do trabalhador em se ver livre da situação <strong>de</strong> opressão<br />
do patrão, mas uma vonta<strong>de</strong> inerente ao próprio modo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> também ser patrão, por<br />
isso, fica muitas vezes difícil qualquer proposta que vá além da própria configuração<br />
social, espacial e temporal do sistema capitalista, enfim, a própria economia política<br />
mundial favorece a subtração do indivíduo para um ser voltado apenas para o mundo do<br />
produzir para outros, ou seja, trabalho e lucros.