ARTIGO ORIGINAL83Técnica <strong>de</strong> piggyback na cirurgia da catarataem olhos alto-hipermétropesPhacoemulsification with piggyback intraocularlens implantation for correction of cataractassociated with high hyperopiaJoão Alberto Holanda <strong>de</strong> Freitas 1 , <strong>Mar</strong>ta <strong>Mar</strong>ia Lavor Holanda <strong>de</strong> Freitas 2 , Ana Cristina Lavor Holanda <strong>de</strong> Freitas 3 ,Paulo <strong>de</strong> Tarso da Silva Alvim 4 , Elias Donato 5RESUMOObjetivo: Avaliar os resultados visuais e os benefícios da técnica <strong>de</strong> polipseudofacia nacirurgia da catarata em pacientes portadores <strong>de</strong> alta-hipermetropia da Clínica <strong>de</strong> OlhosHolanda <strong>de</strong> Freitas(COHF). Campinas-SP. Métodos: Foram avaliados os resultadosfuncionais da técnica piggyback em 10 olhos <strong>de</strong> seis pacientes operados <strong>de</strong> catarata ecom seguimento <strong>de</strong> 2 anos. Resultados: Todos os pacientes eram do sexo feminino, comida<strong>de</strong> variando entre 42 anos a 85 anos, média <strong>de</strong> 52 anos. Em 8 olhos, a acuida<strong>de</strong> visualsem correção foi superior a 0,6 e somente em um dos olhos verificou-se tardiamenteuma das alças fora do saco capsular. Em todos os casos foram implantadas lentes intraocular(LIO) <strong>de</strong> peça única, mo<strong>de</strong>lo LX10BD(Alcon) e SLIM(Mediphacos). Conclusão:Pelo gran<strong>de</strong> acerto no grau final e pela reprodutivida<strong>de</strong> recomendamos estatécnica na cirurgia da catarata <strong>de</strong> olhos curtos.Descritores: Extração <strong>de</strong> catarata/métodos; Hiperopia/cirurgia facoemulsificação.INTRODUÇÃOConseguir obter emetropia na cirurgia da catarataem olhos pequenos e curtos menores <strong>de</strong>20,50mm <strong>de</strong> comprimento axial sempre foi um<strong>de</strong>safio ao mais hábil cirurgião. (13)Em 1993, Gayton&Saun<strong>de</strong>rs (1) foram os pioneirosa introduzir a polipseudofacia em pacientesmicroftálmicos portadores <strong>de</strong> catarata cujo cálculo dopo<strong>de</strong>r da (LIO) em uma única lente não alcançaria acorreção total. A partir <strong>de</strong> então, outros cirurgiões adotaramesta técnica e muitas complicações a seguir foram<strong>de</strong>scritas. (1) .Apesar <strong>de</strong> dominada a técnica <strong>de</strong> implante <strong>de</strong>duas lentes <strong>de</strong>ntro do recesso capsular, o cálculo do graufinal a serem implantadas era problemático. (2) .Vencidas as dificulda<strong>de</strong>s iniciais relativas à técnicacirúrgica propriamente dita, surgiram vários trabalhosrelatando complicações pós-operatórias, como o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> material opaco interlenticular,comprometendo o resultado funcional final. (3-5) .Também foi observado contato estreito na zona12Livre-Docente e Professor Titular <strong>de</strong> <strong>Oftalmologia</strong> da FCM-CCMB-PUC-SP – Sorocaba - (SP) – Brasil.Membro da Clínica <strong>de</strong> Olhos Holanda <strong>de</strong> Freitas - Campinas (SP) - Brasil.3Pós-graduanda nível <strong>de</strong> doutorado -Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo - USP - Ribeirão Preto (SP) - Brasil.4Ex-Fellow <strong>de</strong> Cornea do Wills Eye Hospital Phila<strong>de</strong>lphia-PA – USA .5Membro da Ocular Laser Center - Belo Horizonte (MG)- Brasil.Recebido para publicação em 12/11/2004. Aceito para publicação em 23/03/2005.Rev Bras Oftalmol. 2005; 64 (2): 83-86
84 Freitas JAH, Freitas MMLH, Freitas ACLM, Alvim PTS, Donato Ecentral dos dois implantes provocando um efeitomultifocal semelhante aos implantes <strong>de</strong>ste gênero. (6)Em paciente portador <strong>de</strong> catarata, alta-miopia eceratocone recorrer a técnica <strong>de</strong> piggyback é uma ótimaalternativa pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhor acerto nocálculo final do implante. (8)Recentemente, foi relatado o benefício da técnicapiggyback usando-se 2 LIOS AMO Array multifocalcom gran<strong>de</strong> acerto refrativo final. (12)MÉTODOSNeste estudo foram analisados 10 olhos <strong>de</strong> seispacientes portadores <strong>de</strong> alta-hipermetropia e catarataque foram submetidos à cirurgia <strong>de</strong> catarata pelafacoemulsificação, no período <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2001 a <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 2001. A técnica cirúrgica foi a habitual emnosso serviço: abertura da câmara anterior em córneaclara no meridiano <strong>de</strong> 11h, duas paracenteses da câmaraanterior às 5h e 7h, viscoelástico <strong>de</strong> alto peso molecular,capsulorrexe com diâmetro <strong>de</strong> 5mm, sempre com pinça<strong>de</strong> Ultrata, hidrodissecção; agora com ultra-som, realizamosdois sulcos perpendiculares em forma <strong>de</strong> cruz bemprofundo no núcleo, partilha do mesmo em quatro fragmentoscom auxílio <strong>de</strong> dois tacos <strong>de</strong> golfe, novamentecom a caneta do facoemulsificador removemos os fragmentosnucleares para finalmente aspirarmos o materialcortical restante. Enchemos o saco capsular comviscoelástico, ampliamos a incisão para 5,2mm e introduzimosas LIOs com o cuidado <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar as alças umasobre a outra e na posição <strong>de</strong> 3h e 9h. Removemos oexcesso <strong>de</strong> viscoelástico e raramente faz-se necessáriosuturar a válvula com mononylon 10.0. Empregamos oaparelho AMO-Diplomax para realizarmos afacoemulsificação.O cálculo da LIO foi realizado observando-se afórmula Holladay 2, sendo que ao grau total calculadono biômetro era adicionado 3,0D, pois a primeira lenteimplantada <strong>de</strong>ntro do saco afasta a capsular posterior,induzindo um erro <strong>de</strong> 3,0D na refração final pós-operatória.As LIOs implantadas no recesso capsular eramtodas <strong>de</strong> peça única, mo<strong>de</strong>lo LX10BD(Alcon) ou SLIM(Mediphacos), conforme Tabela 1. O po<strong>de</strong>r final divididoem 2 lentes, sendo a primeira implantada, continha60% do grau total e a segunda, portanto, ficava com os40% restantes.RESULTADOSTodos os pacientes pertenciam ao sexo feminino.A ida<strong>de</strong> variou <strong>de</strong> 42 anos a 87 anos, média <strong>de</strong> 52anos.(Tabela 1).Em todos os olhos foram implantadas LIOs <strong>de</strong>acrílico peça única, sendo que em 4 olhos implantou-se aLX10BD(Alcon) e em 6 casos a SLIM(Mediphacos).Na paciente, caso 3, a acuida<strong>de</strong> visual não ultrapassou0,6 por ser portadora <strong>de</strong> retinopatia diabéticabem controlada após várias aplicações <strong>de</strong> laser <strong>de</strong>Tabela 1Caso Ficha Ida<strong>de</strong> BiometriaRefraçãopré-operatóriaRefraçãopós-OperatóriaAv – finalCaso-1 7522 77 OD:21,65mm(LIO+28,50)D +5,00+1,00E135° Esf.-1,00 1,0OE:21,55mm(LIO+29,50)D +7,00+0,50E 40º Esf.-1,00Caso-2 8940 87 OD:20,64mm(LIO-29,00)D +6,50 Emétrope 1,0OE: 20,48mm(LIO+30,50)D +6,00 -0,75-2,00 1,0Caso-3 0441 42 OD:21,00mm (LIO+34,50)D +4,50+1,00E15º -2,50 E 80º 0,6OE:20,75mm (LIO 36,00)D +4,75+1,00E170º -2,00E 95° 0,6Caso-4 7834 62 OD:21,3mm (LIO+29,50) D +4,50 +3,00 0,1OE:20,50mm (LIO+34,00)D +4,50 -3,00 0,1Caso-5 8878 90 OD:20,76mm (LIO+29,00)D +4,50-1,00E180º +0,50-0,50E180º 0,5Caso-6 XXX 85 OD:20,80mm(LIO+29,50)D +5,00-1,50E180º -0,50-0,75E170º 0,6Rev Bras Oftalmol. 2005; 64 (2): 83-86
- Page 2: RevistaBrasileira deOftalmologiaPUB
- Page 5 and 6: 6897 Comparação da eficácia do B
- Page 7 and 8: 70Anatomia patológica ocular e o e
- Page 9 and 10: 72Schellini SA, Matai O, Shiratori
- Page 11 and 12: 74Schellini SA, Matai O, Shiratori
- Page 13 and 14: 76Schellini SA, Matai O, Shiratori
- Page 15 and 16: 78Cukierman E, Boldrim TINTRODUÇÃ
- Page 17 and 18: 80 Cukierman E, Boldrim Tem 1 caso
- Page 19: 82Cukierman E, Boldrim TCONCLUSÃOE
- Page 23 and 24: 86Freitas JAH, Freitas MMLH, Freita
- Page 25 and 26: 88 Marback EFMÉTODOSForam estudado
- Page 27 and 28: 90 Marback EFDISCUSSÃONossos resul
- Page 29 and 30: 92ARTIGO ORIGINALPrincipais achados
- Page 31 and 32: 94Cruz LMAB.; Sacramento RS; Belfor
- Page 33 and 34: 96Cruz LMAB.; Sacramento RS; Belfor
- Page 35 and 36: 98 Guedes V, Colombini G, Pakter HM
- Page 37 and 38: 100 Guedes V, Colombini G, Pakter H
- Page 39 and 40: 102Guedes V, Colombini G, Pakter HM
- Page 41 and 42: 104Ribeiro BB, Figueiredo CR, Suzuk
- Page 43 and 44: 106Ribeiro BB, Figueiredo CR, Suzuk
- Page 45 and 46: 108Ribeiro BB, Figueiredo CR, Suzuk
- Page 47 and 48: 110Campos SBS, Guedes RCA, Costa BL
- Page 49 and 50: 112Campos SBS, Guedes RCA, Costa BL
- Page 51 and 52: 114Patrícia M. F. Marback, Eduardo
- Page 53 and 54: 116Patrícia M. F. Marback, Eduardo
- Page 55 and 56: 118Angelucci R, Santiago J, Neto VV
- Page 57 and 58: 120Angelucci R, Santiago J, Neto VV
- Page 59 and 60: 122 Roberta S Santos, Cláudia Tyll
- Page 61 and 62: 124Roberta S Santos, Cláudia Tyllm
- Page 63 and 64: 126Brasil OFM, Oliveira MVF, Moraes
- Page 65 and 66: 128ARTIGO DE REVISÃOObstrução na
- Page 67 and 68: 130Schellini SAFiguras 3 e 4: Obser
- Page 69 and 70: 132Schellini SA5) pseudo-obstruçã
- Page 71:
134RevistaBrasileira deOftalmologia