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Mar-Abr - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

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Principais achados ultra-sonográficos em pacientes com glaucoma pediátrico93INTRODUÇÃOAutilização <strong>de</strong> exames como a ultra-sonografiaocular vem, cada vez mais, apresentando um(1- 3, 5, 9, 11)papel importante <strong>de</strong>ntro da oftalmologia.A ultra-sonografia (US) é um método <strong>de</strong> examenão invasivo e com boa resolução da imagem doolho, po<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>tectar, com precisão, alterações <strong>de</strong>membranas muito tênues e até pequenos tumores (6,25) .Outra gran<strong>de</strong> vantagem é a realização em tempo real,auxiliando nos estudos dos movimentos das membranasintra-oculares (6,25) .O glaucoma congênito é uma alteração ocularque po<strong>de</strong> apresentar-se logo ao nascimento ou nos primeirosdias <strong>de</strong> vida. A doença caracteriza-se por umaumento da pressão intra-ocular (Po) que leva a alteraçõesestruturais e anatômicas do olho que, conseqüentemente,po<strong>de</strong>m levar a danos permanentes dafunção visual (15, 27- 29) .A ultra-sonografia po<strong>de</strong> auxiliar no diagnósticoe seguimento em várias fases do glaucoma, especialmenteo infantil (1,9,10,12) . Nas crianças com opacida<strong>de</strong>scorneanas severas, este exame tem um papel fundamentalno diagnóstico diferencial e na avaliação donervo óptico e pólo posterior (1,2,4) . Ele também é importantepara monitorar o contorno da pare<strong>de</strong> ocular,<strong>de</strong>terminando a presença <strong>de</strong> estafilomas ou outras alterações<strong>de</strong> segmento posterior muitas vezes <strong>de</strong> avaliaçãoimpossível (1) .No acompanhamento, o ultra-som (US) torna-sefundamental não apenas por complementar afundoscopia, mas também para avaliar o sucesso cirúrgico(3,9,12,13). . Como o <strong>de</strong>monstrado por alguns estudos, osucesso pressórico po<strong>de</strong> melhorar a aparência da escavaçãodo nervo óptico, como também reduzir ou manterestável o crescimento axial do olho, po<strong>de</strong>ndo estes dadosserem avaliados através do US. (12, 13, 19, 20) .Embora a biometria ultra-sônica no modo A seja ométodo <strong>de</strong> eleição para estabelecer o diâmetro axial (2-4) , aultra-sonografia no modo B, associada ao modo A, po<strong>de</strong>estimar este valor no caso das crianças, isto porque sepo<strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r ao exame com os olhos fechados e semrequerer sedação ou anestesia.Por ser um método <strong>de</strong> exame indolor, prático eque não precisa <strong>de</strong> sedação, a ultra-sonografia vem tornando-separte integrante do exame oftalmológico nafaixa etária pediátrica 5, 7 .O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi avaliar os principaisachados ultra-sonográficos <strong>de</strong> pacientes com glaucomana faixa etária pediátrica entre 6 dias e 15 anos .MÉTODOSForam analisados, retrospectivamente, 148 exames<strong>de</strong> ultra-sonografia ocular <strong>de</strong> 98 pacientes pertencentesao setor <strong>de</strong> glaucoma da Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina(UNIFESP), no período <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2000 a<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002. Foram incluídas todas as criançascom glaucoma congênito primário, secundário ou associadoa anomalias oculares. A presença <strong>de</strong> cirurgia prévianão excluiu o exame.Os exames foram realizados com o aparelho <strong>de</strong>ultra-sonografia Ultra-Scan, Imagining System-ALCONcom transdutor <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> 10 MHz. Os pacientesforam examinados em <strong>de</strong>cúbito dorsal horizontal, comtécnica transpalpebral, usando gel <strong>de</strong> ultra-sonografiaocular como meio <strong>de</strong> contato e padronizada com corteslongitudinais, axiais e transversais. Foram utilizados osmodos A e B. Não foi utilizado nenhum tipo <strong>de</strong> sedaçãoou anestesia nos pacientes.Os exames foram feitos por diferentes examinadorespertencentes ao setor <strong>de</strong> ultra-sonografia da EscolaPaulista <strong>de</strong> Medicina (UNIFESP) com experiênciano exame (seis examinadores).Foram analisados: presença do cristalino, escavaçãopapilar, diâmetro axial, alterações vítreas eretinianas, presença <strong>de</strong> implantes <strong>de</strong> drenagem e alteraçõesda pare<strong>de</strong> ocular posterior (corói<strong>de</strong>) .A análise da escavação papilar foi feita no modo“genérico”, com ganho <strong>de</strong> 60dB, evi<strong>de</strong>nciada quando alâmina cribriforme e o anel neuroretiniano apresentavam-secom espaço anecoico entre suas margens 17, 18, 21 .O diâmetro axial foi consi<strong>de</strong>rado através do modo“genérico”, em cortes axiais verticais e horizontais utilizando-seuma tabela <strong>de</strong> comprimento axial e ida<strong>de</strong>como padrão <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong> 11.A assimetria foi consi<strong>de</strong>rada quando ocorreu diferençamaior ou igual a 2mm entre os comprimentosaxiais, e espessamento difuso <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> (corói<strong>de</strong>) quandohouve medida maior ou igual a 1,2mm na pare<strong>de</strong>ocular.RESULTADOSDos 148 olhos avaliados, 29 não tinham sido submetidosa nenhuma intervenção cirúrgica. Atrabeculotomia foi a cirurgia mais encontrada em 61casos, em 23 a trabeculectomia foi a cirurgia observadae em 22 olhos, a trabeculotomia associada atrabeculectomia. Em apenas 7 exames foi observada apresença do implante <strong>de</strong> drenagem, sendo que estesRev Bras Oftalmol. 2005; 64 (2): 92-96

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