11.07.2015 Views

Mar-Abr - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Mar-Abr - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Mar-Abr - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

130Schellini SAFiguras 3 e 4: Observar os olhos lacrimosos, porém “calmos”, comos cílios “colados”. A criança da figura 4 apresenta obstruçãonasolacrimal e fístulas bilateralmente.os 2 até os 16 meses <strong>de</strong> vida da criança e que os índices<strong>de</strong> cura diminuem com o avançar da ida<strong>de</strong>.Porém, não só a ida<strong>de</strong> da criança <strong>de</strong>termina a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> cura. Já foi observado que a chance <strong>de</strong> curadiminui quando o saco lacrimal se encontra dilatado eque o local da obstrução também é importante, sendo <strong>de</strong>melhor prognóstico a obstrução na Válvula <strong>de</strong> Hasner. (13)QUADRO CLÍNICO DA OBSTRUÇÃOCONGÊNITA DAS VIAS LACRIMAISHá que se consi<strong>de</strong>rar 2 gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> patologias:1) obstrução da via alta: a criança apresentaráepífora (ou lacrimejamento passivo), na presença <strong>de</strong>“olho calmo”, sem secreção ocular espontânea ou à expressãodo saco lacrimal.2) obstrução da via lacrimal baixa: a criança tambémexibirá epífora, na presença <strong>de</strong> “olho calmo”, compresença <strong>de</strong> secreção a<strong>de</strong>rida aos cílios ou nos fundos-<strong>de</strong>saco.A secreção po<strong>de</strong> ser aparente apenas após expressãodo saco lacrimal. Nos casos em que o saco lacrimal ébastante dilatado (mucocele do saco lacrimal), po<strong>de</strong>–seobservar nodulação localizada no canto interno e abaixodo ligamento cantal medial. O lacrimejamento, em geral,é bilateral, permanecendo unilateral em porcentagemexpressiva <strong>de</strong> casos (Fig 5 e 6).É importante salientar que a epífora, tanto na obstruçãoalta, como na baixa, inicia-se por volta dos primeiros15 dias <strong>de</strong> vida da criança. Isto ocorre pois, comojá citado anteriormente, a produção lacrimal inicia-senesta fase, sendo este um dado importante para diferenciara obstrução primária <strong>de</strong> outras afecções.Outro fato essencial é que o olho é normal, ouseja, trata-se <strong>de</strong> lacrimejamento passivo e não <strong>de</strong>lacrimejamento ativo, que ocorre, em geral, como conseqüência<strong>de</strong> doenças oculares, como uveíte, glaucoma,ceratite.Interessante notar que a obstrução nasolacrimalapresenta freqüências para os sexos semelhantes na infância13,14 , diferindo do que ocorre em adultos, quando afreqüência <strong>de</strong> obstruções é muito maior em mulheres,excetuando-se as <strong>de</strong> etiologia traumática.As alterações da VLE po<strong>de</strong>m estar associadas aoutras anomalias, como lábio leporino e fissuras palatais,imperfuração da coana nasal, mucoceles nasais ealterações sistêmicas, como tetralogia <strong>de</strong> Fallot, síndrome<strong>de</strong> Down. Lembrando que na síndrome <strong>de</strong> Down existetambém um fator local para a epífora, a falha <strong>de</strong> funcionamentoda bomba lacrimal por atonia dos músculosfaciais.MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS RARAS DAOBSTRUÇÃO NASOLACRIMAL CONGÊNITA1) Amniotocele (ou dacriocistocele) – é quando,ao nascimento, a criança apresenta nodulaçãoavermelhada ou arroxeada e e<strong>de</strong>matosa na região dosaco lacrimal. Postula-se que líquido amniótico estejarepresado <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> saco lacrimal em via lacrimalobstruída, mas não se comprovou em laboratório a origemdo líquido presente no saco lacrimal. Não há sinaisflogísticos (Fig. 5).2) Dacriocistite aguda – é rara em portadores <strong>de</strong>obstrução nasolacrimal congênita. O quadro clínico ésemelhante ao observado em adultos. A infecção po<strong>de</strong>ficar restrita ao saco lacrimal (dacriocistite) ou se esten<strong>de</strong>rpara os tecidos vizinhos (pericistite - Fig. 6; celulitepré-septal – Fig. 7), ou mesmo para a órbita (celuliteorbitária), sendo, este último, um quadro muito mais raro.3) Mucocele intranasal – o ducto po<strong>de</strong> protruirpara <strong>de</strong>ntro da cavida<strong>de</strong> nasal, levando, principalmentequando bilateral, à dificulda<strong>de</strong> respiratória.Propedêutica da via lacrimal excretoraA queixa <strong>de</strong> lacrimejamento que surge na 1ª ou2ªsemana <strong>de</strong> vida, com ausência <strong>de</strong> alterações oculares,Figura 5: Recém-nascidoapresentando amniotocele àesquerda, com coloraçãoarroxeada.Rev Bras Oftalmol. 2005; 64 (2): 128-132

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!