Branco sobre Branco – uma poética <strong>da</strong> sinceri<strong>da</strong>dechama<strong>da</strong> CEP 20.000 era liga<strong>da</strong> por demais às deman<strong>da</strong>s <strong>da</strong> classe médiae que a classe média sempre encontra solução. Falou para eu conversarcom o poeta Geraldo Mello Mourão, Presidente do Fundo Rio, <strong>da</strong> SecretariaMunicipal de <strong>Cultura</strong>, sendo o Prefeito, Marcelo Alencar, do PDT. Falouque provavelmente Geraldo gostaria <strong>da</strong> proposta, e gostou. E tambémconversei com Aluisio Leite, que era um dos sócios <strong>da</strong> Timbre, ex-sócio <strong>da</strong>Livraria Muro, e que me alargava os horizontes <strong>da</strong> poesia contemporânea e<strong>da</strong> crítica. O quem é quem poético <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de naquele momento.MANUEL BANDEIRAFrancisco de Assis Barbosa22 DRUMMOND:“VAI, CARLOS! SER GAUCHE NA VIDA”Antonio Houaiss29 JOÃO CABRAL DE MELO NETO –A CONSTRUÇÃO DA POESIAJoão Cabral de Melo Neto e Antônio Carlos SecchinSurgiu o Terças Poéticas. 8No último dia estava cansado <strong>da</strong> obrigação de trazer muita gente, mesmoque de graça, para o teatro <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de 9 para os encontroscom pensadores/escritores que admirava tanto. Este modelo já não meentusiasmava, e conversando com Chacal falei que o modelo tinha limites,ele sugeriu que mudássemos o modelo, pensamos em nos concentrar numnovo projeto, para além dos canônicos. O Sérgio Porto não era muito usado,Tertuliano dos Passos me conhecia, Chacal tinha nome e Carlos EmílioCorrêa Lima assegurava à Instituição que não ultrapassaríamos os limitesaceitáveis de comportamento.Terça-feiraPoéticaSempre às 17h,no auditório <strong>da</strong>Facul<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>deABRIL17 EROTISMO E POESIAGeraldo de Mello Mourão24 AUGUSTO DOS ANJOS –UM POETA MALDITOFerreira GullarMAIO08 NOSSOS LOUCOS “ANOS 20”Silviano Santiago15 UMA VIAGEM À PASSÁRGADA COMJUNHO05 TROPICALISMO E POESIAHeloísa Buarque de Hollan<strong>da</strong> e ChacalSe você tem mais de 15 anos, traga sua poesia(ou não traga), mas participe. Entra<strong>da</strong> Franca.Havia trabalhado e convivido com Márcia Cibilis Viana, que me falara<strong>da</strong> tática dos movimentos revolucionários na América do Sul, nos quaisos grupos de guerrilha chegavam com alguma proposta de convívio eperguntavam quem era o melhor marceneiro, quem era o melhoraçougueiro, o melhor músico, e conversavam com ca<strong>da</strong> um,posteriormente os reuniam para falar <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des do local, portanto,falando de transformação política, formando um conjunto de possíveislideranças. O Baixo Gávea fervia, e eu bebia e perguntava quem era omelhor músico, provocava os jovens com cara inteligente, questionandoosse eram poetas, juntava com os letristas <strong>da</strong>s novas ban<strong>da</strong>s, com gentede teatro, e filipetava nas universi<strong>da</strong>des, principalmente na PUC, UFRJ,FACHA, bar do Mosca, no Posto 9, e ia conhecendo vários jovens quequeriam mostrar suas práticas.Ex p ex e xP E rit oM E n T AçÃo 10MUDAMudo. De assunto que já estou cansado <strong>da</strong> lineari<strong>da</strong>de do discurso. Se étransvalorar como mostrava Nietzsche, se é a angústia <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong>des14 ~ ~ 6.2 | 2007
Dossiê Experimentações Urbanase escolhas como falava Sartre, se é a dialética materialista, se é o dinheirodo contato oficial possível, o fim é gerar um produto/movimento meinserindo como um dos muitos curadores. Mas era tão mesquinho pertodo que já vira dentro de um governo como foi o de Brizola de 1983/1987,onde Darcy conseguiu, por escolha do Brizola e capaci<strong>da</strong>de do Darcy,impor os CIEPS para além de outros programas importantes como o projetode reestruturação dos transportes <strong>da</strong> Região Metropolitana para o qualJaime Lerner havia sido chamado: num governo sempre há diferentesvisões e falta de recurso. A mistura <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de agregação e <strong>da</strong>sescolhas estéticas era o que provavelmente <strong>da</strong>ria resultado. Deste mesmomodo, o CEP já nasceu com propostas de ação e curadoria divergentes,que serão detalha<strong>da</strong>s no momento <strong>da</strong> análise dos anos 90, mas que meparecem remeter às questões pessoais dos dois formuladores de início,eu e Chacal, o que ajudou e + ain<strong>da</strong> atrapalhou o desenvolvimento doCEP 20.000, mas que é a base <strong>da</strong> curadoria em suas diferentes fases. Arazão <strong>da</strong>s diferenças é que, apesar de eu ser seis anos mais moço que Chacal,meu ethos constitutivo tem base na noção dos “fun<strong>da</strong>dores <strong>da</strong> pátria”, etomo esta noção a partir de uma linha de pensadores, escritores e políticosque remetem ao romantismo, mas tem o auge do amadurecimento dosanos 50 até o AI 5, em 1968. Chacal, de modo contrário, tem como referênciaa figura de Oswald de Andrade, relido pelo chamado “desbunde” do iníciodos anos 70 e, para além disto, impulsionado pelos participantes <strong>da</strong> RevistaNavilouca, descrita por Heloísa Buarque de Hollan<strong>da</strong> como “a mais importantepublicação de conjunto de pós-Tropicalismo(...)” (Hollan<strong>da</strong>, 2004: 80). Olivro criado por Sergio Cohn, <strong>da</strong> Azougue Editorial, sobre a Nuvem Ciganaaju<strong>da</strong> a compreender o belo bardo Chacal.formal, a questão do movimento é uma certa uniformi<strong>da</strong>de estética,conceitual, que nunca foi o meu objetivo, apesar de que a ausência de umauni<strong>da</strong>de estética pode ser considera<strong>da</strong> como uma uni<strong>da</strong>de estética. Até peloque você colocou antes que existia uma ênfase na linguagem, na comunicação<strong>da</strong> poesia fala<strong>da</strong> e tal. Então, existia um tipo de uni<strong>da</strong>de. Mas nunca houveestá organização para que se tornasse um movimento. Nunca foi colocadodessa forma. Acho que está no nome: Centro de Experimentação Poética. Aidéia era um espaço para experimentação. 11ANTECEDENTES1954 – O tiro que Vargas deu com a bala e com a “Carta Testamento” é odivisor entre o Brasil de um desenvolvimento autoritário – primeiro GovernoVargas –, o Brasil de uma tentativa de democracia autônoma volta<strong>da</strong> para amelhoria <strong>da</strong>s condições de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> “massa” ou “povo”, que estavaassociado à palavra “nação” – segundo Governo Vargas –, e o Brasil <strong>da</strong>tentativa de governo liberal acopla<strong>da</strong> à política norte-americana do pós-guerra:a Pax americana e a Guerra Fria. Na Argentina, Perón, na linhagem de Getúlio,é destituído em 1955, e Cuba, tornando-se em segui<strong>da</strong> comunista, tem napassagem de ano de 1958/1959 o início <strong>da</strong> institucionalização <strong>da</strong> revolução.Nasci em 1957. Meu tio Cleon, irmão de meu pai, morre de overdose aos22 anos de i<strong>da</strong>de.Cara, assim... eu acho que o CEP foi o meu, o nosso, sei lá ... foi o meu, onosso, pícola (...) déca<strong>da</strong> de vinte, pequenino, Greenwich Village, até Parisdéca<strong>da</strong> de vinte, um momento para gente. Não sei se tem esta importânciapara ci<strong>da</strong>de, para o país, mas para gente, para os artistas que participaramteve essa coisa do encontro, <strong>da</strong>... porque era todo mundo muito jovem e to<strong>da</strong>sestas discussões estavam envolvi<strong>da</strong>s. O próprio fazer artístico, a ativi<strong>da</strong>de qualé, a linguagem, a possibili<strong>da</strong>de de participação (...) onde se está interferindo,qual é a questão política que está sendo tangencia<strong>da</strong>. Então, eu acho que oCEP foi isso. Um encontro sem a dificul<strong>da</strong>de de denominar, porque ummovimento pressupõe um (o telefone toca)... Pelo menos de uma forma, a tal~ 6.2 | 2007~ 15
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