Espírito Santo, por meio do qual não há uma anatematização de Jesus 4 . Isto se torna umparâmetro para a nossa análise e uma chave de leitura do nosso trabalho.O primeiro capítulo é a apresentação detalhada do problema, verificando ahistória, os fatos e os personagens marcantes, que contribuíram para a presenteconfiguração eclesial. No início do século XX, ocorreu uma preocupação deredescoberta e explicitação do Espírito Santo no ocidente cristão. Em resposta a essacarência pneumática, surgiu no meio protestante, o pentecostalismo, que atingiutambém os católicos e se espalhou rapidamente por diversos países, inclusive o Brasil.A novidade encontrou adeptos e cresceu bastante em nossas terras, ganhando novasformas, rendendo outras denominações com as mesmas características e moldando ascomunidades eclesiais. Assim, observamos a multiplicidade de carismas e perguntamonossobre a autenticidade da ação do Espírito Santo na plural pastoral católica.O objeto do segundo capítulo é a exegese de 1Cor 12,1-3. Paulo encontrouem Corinto, no seu tempo, situação semelhante àquela que descrevemos no primeirocapítulo e orientou os fiéis no que se referia a essa situação. A primeira carta ilumina asnossas questões levantadas e, especificamente, os capítulos 12–14 respondem aodesconhecimento acerca dos dons do Espírito, informando o critério essencial para odiscernimento dos espíritos: “Ninguém no Espírito de Deus falando diz: „Jesus éanátema‟; e ninguém pode dizer: „Jesus é Senhor‟, a não ser no Espírito Santo” (1Cor12,3). A partir dessa perícope, que introduz o bloco literário dos capítulos 12–14,responderemos à indagação da situação eclesial brasileira contagiada pelo movimentocarismático.Finalmente, no terceiro capítulo, olhamos a realidade eclesial sob o prismada nossa análise exegética e encontramos elementos do texto bíblico que respondem àsdiversas questões. Fazemos uma hermenêutica dos três versículos da perícope earriscamos uma contribuição pastoral, a fim de colaborar com a vivência de umverdadeiro e perene Pentecostes, com mais fogo e menos fumaça. Contudo, aredescoberta do Espírito Santo, influenciada inclusive pelo pentecostalismo, ocorretambém no âmbito da reflexão teológico-sistemática. Por isso, apresentamos essaredescoberta do Espírito Santo desde o Concílio Vaticano II até as recentes4 Cf. Rm 10,9; Fl 2,11. Analogamente, em 1Jo 4,2-3, aparece a confissão de fé em Jesus como critério dediscernimento dos espíritos12
pneumatologias, à luz dos diferentes autores que se preocupam em explicitar o“desconhecido do ocidente cristão” 5 .Muitas publicações, pesquisas e reflexões em torno ao tema dopentecostalismo e do Espírito Santo demonstram essa redescoberta e a excitação narealização desse ensejo. Os perfis mudaram e os enfoques variam conforme o tempo e aperspectiva, mas os teólogos ressaltam e apontam a ação do Espírito no tempo presentee as repercussões dos diversos fenômenos dessa ação. A pneumatologia é uma dasgrandes características da elaboração teológica desde a segunda metade do século XX.Então, o que testemunha uma autêntica ação ou reflexão sobre o Espírito é aconfissão do senhorio de Jesus. O critério indicado por Paulo (cf. 1Cor 12,3) não dizrespeito apenas a um discurso vazio, empolgado e inconsequente, mas corresponde auma adesão convicta, com compromisso ético e expressão dos frutos de uma vida noEspírito (cf. Gl 5,22-23), que se opõe aos desejos da carne (cf. Gl 5,16-17.19-21). Asatitudes concretas acusam a verdadeira ou falsa confissão de fé trinitária, seja naspessoas simples da pastoral, seja entre acadêmicos.Iniciaremos com o pentecostalismo no interior da Igreja católica e osituaremos na realidade brasileira, desde o princípio até nossos tempos. A caridade noscompromete com o que vivemos e não nos torna cegos às dificuldades, mas visionáriose esperançosos de momentos oportunos para Cristo e seu evangelho. Conhecendomelhor nosso ambiente de realização da fé, amaremos mais, teologizaremos com maispropriedade e aprimoraremos o que estudamos, tornando-o vida.Enquanto teólogos, buscamos destemidamente a verdade, a fim de sermosformados por ela e não formá-la. Não serão as ideologias que satisfarão o homem, massim a Palavra de Deus, que escutamos e nos esforçamos para transmitir. O trajeto serálongo, os primeiros passos foram dados e a meta será buscada.5 Sobre os autores e as publicações no tema da pneumatologia no Brasil: <strong>NO</strong>GUEIRA, Luiz Eustáquiodos Santos. Panorama da literatura pneumatológica publicada no Brasil nos últimos trinta anos.Perspectiva Teológica, Belo Horizonte, v. 30, n. 81, p. 251-272, maio/ago 1998.13
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