católica segue privilegiando um conhecimento racional e as verdades do Magistério, e aação do Espírito se restringe às experiências isoladas.Para Hilberath 39 , os motivos para o esquecimento do Espírito Santo noocidente são: as dificuldades com os movimentos espiritualistas (por exemplo:montanistas, batistas, pentecostais); o deslocamento do interesse teológico; ocristomonismo da teologia ocidental; e uma deficiência na doutrina da graça, que seinteressava mais pelo homem em si do que pelo Espírito.O século XX é marcado por profundas transformações sócioculturais, queexigem renovação das Igrejas. O ecumenismo pôs as diversas tradições cristãs emfecundos contatos. Os movimentos bíblico, patrístico e litúrgico contribuíram em proldas mudanças. Desde então, participamos desse processo de redescoberta do EspíritoSanto.3.3.2 A redescoberta do Espírito na reflexão teológicaAtualmente, as reflexões teológicas dão relevo ao Espírito Santo. Isso sedeve, sobretudo, às experiências de fé, particularmente aos pentecostalismos, tantocatólico quanto protestante, que auxiliaram o ocidente cristão numa redescoberta doEspírito Santo 40 . Verificamos bem o âmbito pastoral, para observarmos qual arepercussão disso na teologia sistemática.3.3.2.1 O Concílio Vaticano IIUma referência histórica e documental da preocupação em explicitar apessoa do Espírito Santo foi o Concílio Vaticano II. Embora não tenha sido elaboradoum texto especifico de pneumatologia, os documentos do Concílio trazem elementos deuma preocupação dos observadores acerca do Espírito, que subjaz aos diversos temastratados 41 .O Concílio preservou a referência cristológica como condição para umapneumatologia biblicamente coerente, pois o Espírito Santo é Espírito de Cristo, que39 HILBERATH, 1996, p. 14-18.40 “No fueron tanto las reflexiones teológicas cuanto las experiencias humanas y de fe las que condujerona un redescubrimiento de la acción del Espíritu en sentido amplio”. (HILBERATH, 1996, p. 21).41 Cf. CONGAR, 1979, p. 227. CHANTRAINE, Georges. L‟enseignement de Vatican II concernantl‟Esprit Saint. In: MARTINS, José Saraiva (org). Credo in Spiritum Sanctum: atti del CongressoInternazionale di Pneumatologia. Vol. II. Vaticano: Editrice Vaticana, 1983, p. 993-1010.80
ealiza a obra de Cristo, na construção do seu corpo, isto é, a Igreja 42 . A ideianeotestamentária da função santificadora do Espírito como participação na unção deCristo é bem expressada nos documentos 43 .Segundo Yves Congar 44 , o Vaticano II supera um “monoteísmo prétrinitário”e apresenta uma visão trinitária de Deus na economia da criação e da graça. AIgreja é povo de Deus, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo e povo que tira suaunidade do mistério trinitário 45 . Essa perspectiva demonstra a Igreja como comunidadede culto em espírito e em verdade (cf. Jo 4,23) a partir do Pai, pelo Filho encarnado, noEspírito e para o Pai; expressando a função doxológica da Igreja 46 .A mais expressiva contribuição pneumatológica está na eclesiologia,especificamente na doutrina sobre os carismas 47 . Isso significa que a Igreja não seexpressa só institucionalmente, mas, sobretudo, pela variedade dos dons que cada fielexerce. As estruturas eclesiais estão a serviço de sua dimensão carismática. Com isso,há uma melhor visão dos ministérios, antes piramidal e clerical, agora vistos enquantorealização de comunhão; como também uma revalorização das igrejas locais, comorealização da Igreja una, santa, católica e apostólica 48 .O Vaticano II traz uma ampla e autêntica pneumatologia, manifestada nostextos e subjacente às inúmeras inovações que o Concílio trouxe 49 . O movimento42 LG 7; LG 8; LG 14. “La historia de la composión de la Constitución sobre la Iglesia, así como unacomparación con la Constitución sobre la liturgia, aprobada con anterioridad, da testimonio de esteproceso de la teología del Espíritu. De este modo, la eclesiologia, intensamente cristocéntrica, orientadapor el modelo de la encarnación, adquire un contrapeso pneumatológico en el marco de la eclesiologiacommunioorientada según la vida del Dios trino y uno”. (HILBERATH, 1996, p. 182).43 SC 5; LG 7; LG 9; PO 2; PO 5.44 CONGAR, 1979, p. 229.45 PO 1; AG 7; AG 9; LG 4; UR 2.46 PO 2; PO 5.47 LG 7; LG 12; AG 4; AG 23; AG 28; AA 3. Rovira Belloso apresenta quatro princípios acerca doscarismas conforme o Vaticano II: 1) o princípio da instituição carismática; 2) princípio da multiplicidadedos carismas; 3) princípio do discernimento pastoral e da subordinação dos carismas; 4) princípio dafinalidade dos carismas: a edificação ordenada da comunidade, convertida em testemunho evangelizador.ROVIRA BELLOSO, José Maria. Los carismas según el Concilio Vaticano II: visión católica. In:PIKAZA, X.; SILANES N. (ed). Los carismas en la Iglesia: presencia del Espíritu Santo en la historia.Salamanca: Secretariado Trinitário, 1998, p. 411-429, aqui 411-415.48 LG 26; CD 11.49 “No es la circunstancia de que al Espíritu Santo se le mencione 258 veces en los textos conciliares, sinoel hecho de que los enunciados se formulan en puntos teológicos neurálgicos y decisivos, y no menos elproceso seguido por el concilio mismo, lo que atestigua el redescubrimiento del Espítiu Santo”.(HILBERATH, 1996, p. 183).81
- Page 1 and 2:
Marcus Aurélio Alves MareanoCONFES
- Page 4 and 5:
RESUMOO trabalho apresenta a atual
- Page 6 and 7:
SIGLAS E ABREVIATURASAA: Apostolica
- Page 8 and 9:
2.2 Os problemas comunitários ....
- Page 10 and 11:
INTRODUÇÃOEis uma resposta aos cl
- Page 12 and 13:
Espírito Santo, por meio do qual n
- Page 14 and 15:
CAPÍTULO IA REDESCOBERTA DO ESPÍR
- Page 16 and 17:
e se tornando um grande cenáculo a
- Page 18 and 19:
No outono de 1966, vários desses j
- Page 20 and 21:
experiência e desde então, em mei
- Page 22 and 23:
Pe. Haroldo Rahm era formador de um
- Page 25 and 26:
fundamentalistas e intimistas da B
- Page 27 and 28:
A CNBB se preocupou com essa realid
- Page 29 and 30: pós-moderna e outros deles gerados
- Page 31 and 32: 1.3.2 Os diversos ambientes eclesia
- Page 33 and 34: As Comunidades Eclesiais de Base, a
- Page 35 and 36: 1.4 Uma avaliaçãoOs tempos são d
- Page 37 and 38: CAPÍTULO II1COR 12,1-3É tarefa da
- Page 39 and 40: ela, mas na casa de um convertido d
- Page 41 and 42: 2.2.2 A procura por sabedoriaA sabe
- Page 43 and 44: Por outro lado, havia também o out
- Page 45 and 46: 2.2.6 O problema da ressurreição
- Page 47 and 48: anqueteavam enquanto os pobres fami
- Page 49 and 50: O capítulo 12 forma um bloco temá
- Page 51 and 52: como profh,thj, é o inspirado por
- Page 53 and 54: esse motivo, Paulo contrapõe-se, i
- Page 55 and 56: 2.5.2 Comentário à perícopeEsta
- Page 57 and 58: A expressão “ídolos mudos”, d
- Page 59 and 60: versículo, Jesus é o anatematizad
- Page 61 and 62: orientações práticas que corresp
- Page 63 and 64: CAPÍTULO IIIA REALIDADE ECLESIAL
- Page 65 and 66: Paulo, primeiramente, afirma a nece
- Page 67 and 68: Enfim, como a própria perícope in
- Page 69 and 70: põe o cristão como servidor de to
- Page 71 and 72: enefícios de renovação para a Ig
- Page 73 and 74: 3.2.1 Os riscosDesde o início, os
- Page 75 and 76: pessoal ou status eclesial. Se no i
- Page 77 and 78: Santo Agostinho é o responsável p
- Page 79: Espírito procede do Pai e do Filho
- Page 83 and 84: Louis Bouyer dedica uma importante
- Page 85 and 86: e XII de sua principal obra sobre o
- Page 87 and 88: mostra a condição da confissão d
- Page 89 and 90: A realidade eclesial brasileira, qu
- Page 91 and 92: definitivo (2Cor 1,22; 5,5; Ef 1,13
- Page 93 and 94: Por conseguinte, a santidade é a c
- Page 95 and 96: ______. Uma análise de conjuntura
- Page 97 and 98: LIBANIO, João Batista. Reino de De
- Page 99: SUENENS, L. (coord.). Orientações