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CONFESSAR JESUS NO ESPÍRITO SANTO - FaJe

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A realidade eclesial brasileira, que observamos e descrevemos no decursodesse trabalho, contém uma enorme chance para o Evangelho. As diversas correntesinternas à Igreja e as variadas tendências devem se unir em prol do objetivo comum e dameta própria de todos. A diversidade que enriquece o cenário brasileiro, mais que umproblema, é um dom e uma árdua tarefa para comunhão desejada por Cristo (cf. Jo17,20-21). Nos diversos rostos vistos na eclesialidade brasileira, deve sobressair umúnico rosto, o de Cristo. Se não vemos Cristo, não é a Igreja que vemos.Relacionamos essa realidade eclesial com a comunidade de Corinto notempo de Paulo, a fim de encontrarmos, na sua primeira correspondência, critériosnorteadores para a situação pela qual passamos. Os capítulos 12–14 são uma respostapaulina ao carismatismo e a perícope 1Cor 12,1-3, que introduz o bloco literário, dá-noso juízo crítico fundamental: “Ninguém pode dizer: „Jesus é Senhor‟, a não ser noEspírito Santo” (1Cor 12,3). A ação do Espírito Santo, que os coríntios julgavampossuir, conduz à profissão de fé em Jesus. Do contrário, não é o Espírito Santo quemage e os coríntios ainda são arrastados para os ídolos mudos, como antes da fé emCristo.Para Paulo, o Espírito Santo dado aos cristãos é sempre de Deus (Rm8,9.11; 1Cor 2,11; 3,16) e associado ao Senhor Jesus ressuscitado, por isso é chamado“Espírito de Cristo” ou “Espírito do Filho de Deus”(Rm 8,9; Gl 4,6) 1 . Especificamente,a partir do trecho bíblico trabalhado, vemos que o Espírito remete a Cristo, oressuscitado e exaltado pelo Pai na força do Espírito Santo. Entretanto, isso nãosignifica a aquisição de uma glória mundana, mas a participação no seu mistério total,inclusive a cruz e o sofrimento redentor (1Cor 2,1-16; 2Cor 4,7-18), que testemunham asuprema entrega de amor de Deus pela humanidade (Rm 5,8). A configuração a Cristo,que é ação do Espírito, comporta a renúncia de si e o carregar a cruz de cada dia (cf. Mc8,34).1 Paulo nunca fala que Deus dá espíritos (plural) para os fiéis, o Espírito representa Deus presente entreseu povo. Paulo também não discorre diretamente sobre a personalidade do Espírito, mas o descreve comcaracterísticas pessoais: guia os fiéis (Gl 5,18; Rm 8,14), revela o mistério do Evangelho (1Cor 2,6-16; Ef3,5) e ajuda os fiéis na oração (Gl 4,6; Rm 8,15.26-27). Cf. PAIGE, T. Espírito Santo. In:HAWTHORNE, G. et al. Dicionário de Paulo e suas cartas. São Paulo: Loyola, 2008, p. 484-495. Sobrea peculiaridade da pneumatologia paulina: KÄSEMANN, E. Perspectivas paulinas. 2. ed. São Paulo:Paulus, 2003, p.195-198.89

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