Pe. Haroldo Rahm era formador de um movimento denominado“Treinamento de Lideranças Cristãs 18 ”, que funcionou no Brasil durante a ditaduramilitar e se destinava, sobretudo, aos jovens, com a finalidade de suscitar umaexperiência espiritual e engajamento comunitário. Tal movimento é o embrião do quehoje é a Renovação Carismática Católica no Brasil 19 .Eduardo Dougherty, ainda escolástico, fez sua experiência pentecostal emmarço de 1969 20 , em East Lansing, Michigan. Em maio do mesmo ano, ele veio para oBrasil, conviveu com o Pe. Haroldo Rahm, falou-lhe do conhecimento que teve daRenovação Carismática e transmitiu-lhe esta experiência. Pouco tempo depois, Pe.Haroldo, com a ajuda de Pe. Sales (outro jesuíta), Maria Lamego, Ir. Vanira, ReinaldoReis e outros, iniciou encontros de oração denominados “Experiência de Oração noEspírito Santo”. Antes do fim do mesmo ano, o primeiro grupo de oração carismáticoiniciou em Campinas, São Paulo.Com a rápida expansão e a proporção que tomara o movimento no Brasil,em 1973, o Pe. Eduardo, ordenado em 1972 e enviado ao Brasil, preparou com o Pe.Haroldo e a Ir. Juliette Schuckenbrock um encontro de fim de semana em Campinas, aoqual compareceram cerca de cinquenta líderes do país inteiro. Esse foi o primeirocongresso nacional da Renovação Carismática no Brasil, nele se formou uma comissãode serviço e as primeiras estruturações em prol da ampliação dos grupos de oração 21 .1.2 Do surgimento ao atual contexto carismático no BrasilDepois do surgimento, a expansão do pentecostalismo católico não foidemorada, tampouco sem conturbações, provocando questões e reflexões por parte dahierarquia, de teólogos e outros pesquisadores de áreas afins.Delimitar-nos-emos ao fenômeno no Brasil, a partir de quatro momentos: dopentecostalismo à renovação; do carisma à instituição; a investida nos meios de18 Uma mistura de elementos da espiritualidade jesuíta, da juventude estudantil católica (JEC), dajuventude operária católica (JOC) e da Legião de Maria, com o objetivo de formar lideranças cristãs noperíodo da ditadura militar. Cf. CARRANZA, Brenda. Renovação Carismática Católica: origens,mudanças e tendências. Aparecida: Santuário, 2000, p. 31.19 Sobre relatos desta fase de implantação do movimento carismático no Brasil: FALVO, 1980, p. 44-57.20 Cf. CHAGAS, 1977, p. 45-47.21 Sobre o número e as reuniões dos grupos de oração por cada estado: cf. CHAGAS, 1977, p. 49-50.22
comunicação 22 ; um movimento de vários rostos. A finalidade é chegar a um panoramada atual conjuntura eclesial, fortemente contagiada pelos carismáticos de vários tipos.1.2.1 Do pentecostalismo à renovaçãoAté meados da década de 70, o movimento cresceu em meio à ditaduramilitar sem indícios de conflitos políticos com o regime. Entretanto, a hierarquiacatólica brasileira se sentiu na tarefa de verificar o surgimento desse novo movimentono país.A CNBB organizou em Brasília, a 31 de maio de 1971, uma reunião com ospadres Haroldo Rahm e Antônio Abreu, a fim de saber o que era esse novo movimentoespiritual. A denominação de pentecostalismo católico possuía o inconveniente deconfundi-la com seitas pentecostais protestantes. Então, para o movimento pentecostalno Brasil, deu-se o nome de Renovação Carismática Católica (RCC) 23 .Em 1974, a CNBB encomendou um estudo sociológico sobre a RenovaçãoCarismática Católica. Por um lado, ela representava um sinal da ação do Espírito Santoe de renovação eclesial, por outro, suscitava muitas interrogações pastorais devido àssuas práticas e ao acelerado crescimento.Aos poucos, a Renovação Carismática foi se estruturando e crescendo emnúmero e organização. Com isso, Pe. Haroldo se afastou do movimento, alegando queessa institucionalização não correspondia ao seu desejo de trabalho eclesial, dedicandosea uma instituição fundada por ele para cuidar de toxicômanos.Essa primeira fase da Renovação Carismática é caracterizada pelaempolgação com a novidade da experiência pentecostal, o uso dos carismas e acuriosidade por parte dos católicos externos ao movimento. Com a preocupação dahierarquia em orientar os acontecimentos, rapidamente se buscou uma estruturação efundamentação para suas atividades, resultando numa simpatia de alguns bispos.22 Os três primeiros tópicos concordam com a hipótese de Pedro Rubens: RUBENS, Pedro. O Rostoplural da fé: da ambiguidade religiosa ao discernimento do crer. São Paulo: Loyola, 2008, p. 108-118. Oquarto tópico é consequência de um momento ulterior à pesquisa dele.23 Essa sigla ficou divulgada no Brasil: RUBENS, 2008, p. 108. Sobre a denominação de “Renovação”:CONGAR, Yves. Je crois en l’Esprit Saint: Il est Seigneur et il donne la vie. Tomo II. Paris: Cerf, 1980,p. 211-212.23
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