No âmbito da fé em Jesus Cristo, observamos também alguns anátemas emrelação a Jesus mesmo. Há uma desconsideração por sua plena humanidade e aexcessiva ênfase no poder de curar, operar milagres e fazer coisas impossíveis. Narealidade, isso é um apego a um ídolo criado pela religiosidade contemporânea paraatender a demanda de um público necessitado dos espetáculos da fé. Jesus é sempremais do que nossos discursos sobre ele, mas estes demonstram a forma com a qualcremos nele. Se estas formas discordam da Escritura e da Tradição, não confessamverdadeiramente Jesus Cristo, o Filho de Deus.Muitos que procuram Jesus satisfazem-se apenas com as graças que elepode dar. Tantos que lotam as “missas de cura” e os eventos com essa temática seesforçam para conseguir se livrar do que os oprime (depressão, enfermidade etc.),contudo, contentam-se em apenas se sentirem aliviados dos sofrimentos presentes.Falta-lhes o passo da fé: seguir a Jesus Cristo, na comunidade, servindo aosnecessitados.Assim, são diversas as ocasiões e circunstâncias nas quais ocorre umaimplícita proclamação: “Jesus é anátema”. Seja devido ao desconhecimento da pessoade Jesus, seja ao apego aos muitos ídolos, falsas imagens de Jesus, que impedem deconhecê-lo.3.1.4 Jesus é o SenhorO objetivo da ação do Espírito Santo no ser humano é a confissão de fé emJesus Cristo. Da mesma forma que percebemos os “falsos espíritos” levando a dizer:“anátema Jesus”, só no Espírito Santo se confessa Jesus como Senhor. Onde há aproclamação do senhorio de Jesus, aí age o Espírito Santo 10 .Em meio aos inúmeros discursos acerca do Espírito Santo, o critério daconfissão de fé em Jesus Cristo é o elemento de verificação da autenticidade. Arealidade eclesial brasileira está contagiada com o pentecostalismo, que traz inúmeros10 “Tanto Paulo como João apresentam a aceitação do Verbo encarnado como critério decisivo paraidentificar uma autêntica experiência do Espírito. „Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito queconfessa Jesus Cristo vindo na carne é de Deus‟ (1Jo 4,2). Ninguém, falando sob inspiração do Espíritode Deus, pode dizer: maldito seja Jesus‟ (1Cor 12,3). Essas afirmações de Paulo e João pressupõem apossibilidade e a ocorrência de experiências „religiosas‟ semelhantes às experiências do Espírito, mas quenão resultam da ação do mesmo”. MIRANDA, Mário de França. A Experiência do Espírito Santo:abordagem teológica. In: ANJOS, Márcio Fabri (org). Sob o Fogo do Espírito. São Paulo: Paulinas, 1998,p. 113-138, aqui p. 127.70
enefícios de renovação para a Igreja, como também provoca diversas questões a partirde suas posturas e práticas pastorais. Contudo, entre as ambiguidades, observamos navida de muitos cristãos a proclamação “Jesus é o Senhor” no movimento carismático noBrasil.Um primeiro item que salta aos nossos olhares são as inúmeras conversões.Muitos dos que hoje participam das pastorais, são engajados nos diversos serviços daIgreja e testemunham destemidamente o Evangelho na atual cultura vêm de umaexperiência pentecostal de algum grupo ou movimento ligado à espiritualidadecarismática. Isso se verifica não só entre os leigos, mas também entre os clérigos ereligiosos, mesmo que, posteriormente, muitos abandonem o contato com o movimento.Uma das primeiras moções que se sente após uma experiência pentecostal éa sede por aquilo que é divino e a vontade de servir a Deus na Igreja. Apesar de tantosdesistirem do seguimento a Cristo no início (cf. Mt 13,4-9), os que perseveramfrutificam num fecundo apostolado, preocupando-se sinceramente com a evangelizaçãoe aprofundando a própria experiência a partir dos meios disponíveis para isso. Muitoslíderes de hoje foram os participantes de Seminários de Vida no Espírito Santo deontem.Com novos membros, cheios de vigor missionário e ímpeto evangélico, aIgreja no Brasil e no mundo se renova com essa redescoberta do Espírito Santo napastoral. Os anos que já se passaram e a caminhada do movimento carismático na Igrejaindicam que não se trata de uma novidade temporária, mas de um fator dinâmico paracontínuo revigoramento da Igreja. Nas trilhas do Concílio Vaticano II, o movimentopercorre as estradas e também abre caminhos para a meta de toda renovação eclesial: avontade de Deus.O Concílio Vaticano II se preocupou com a participação dos leigos na Igrejae expressou isso nos documentos 11 . Efetivamente, percebemos esse sinal de renovaçãopor meio dos grupos carismáticos, que retêm considerável contingência de pessoas nomeio católico, como também promovem as lideranças leigas a assumirem de fato a féque professam em comunhão com seus pastores. Mesmo que clérigos adiram aomovimento, ele é expressivamente de leigos e para leigos.11 Principalmente a LG capítulo IV (DH 4156-4164), mas também a GS capítulo IV (DH 4340-4345).71
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