106Matriz Energética 2030áreas urbanas on<strong>de</strong> há infra-estrutura <strong>de</strong> canalização <strong>de</strong> gás, que são muito reduzidas em número. Assim,a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>verá seguir crescendo, acompanhando o aumento <strong>de</strong>mográfico e o número <strong>de</strong> domicílios.Com respeito à Lenha observa-se que, o percentual <strong>de</strong> domicílios com fogão a lenha e o consumo específico<strong>de</strong> lenha por domicílio, juntamente com uma estimativa para a evolução do número <strong>de</strong> habitantespor domicílio rural e para a evolução do número <strong>de</strong> domicílios localizados em áreas rurais por classes <strong>de</strong>renda para o horizonte <strong>de</strong> análise, bem como a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> GLP e Gás Natural são <strong>de</strong>terminantespara conhecermos o agregado final.Abaixo são exibidos os indicadores <strong>de</strong> energia do setor resi<strong>de</strong>ncial.Tabela 4‐14 – Consumo Final Energético do Setor Resi<strong>de</strong>ncialUnid. 2005 2010 2020 2030Consumo final <strong>de</strong> energia (A) 10 3 tep 2<strong>1.</strong>827 23.839 29.223 40.461Consumo final para cocção 1 (B) 10 3 tep 14.672 14.783 14.927 16.076Consumo final <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> (C) TWh 83,27 105,4 166,4 283,8População (D) 10 6 hab 184 198 220 239Indicadores <strong>de</strong> consumo per capita(A) / (D) tep/hab 0,118 0,120 0,132 0,169(B) / (D) tep/hab 0,079 0,074 0,067 0,067(C) / (D) MWh/hab 0,452 0,531 0,77 1,193Nota: 1) Inclui GLP, gás canalizado (inclusive gás natural), lenha e carvão vegetalSetor Agropecuário. A participação estimada <strong>de</strong>ste setor no PIB total alcança 8,8% <strong>de</strong> participaçãoem 2030 a partir dos atuais 8,4% (2005). A participação do setor agropecuário no consumo final total<strong>de</strong> energia (inclusive setor energético e usos não-energéticos) no país em 2030 é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 4,6%,resultado das taxas <strong>de</strong> crescimento do setor agropecuário brasileiro no PIB, bem como do cenário <strong>de</strong>mo<strong>de</strong>rnização estimado para a ativida<strong>de</strong>.O setor agropecuário se mostra gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>mandante <strong>de</strong> óleo diesel – atrás apenas do setor <strong>de</strong> transportes– e a estimativa é <strong>de</strong> elevação <strong>de</strong>sta participação, como po<strong>de</strong> ser visto na Tabela 4-12, a<strong>de</strong>maisse preconiza uma forte penetração <strong>de</strong> biodiesel neste setor.Setor <strong>de</strong> Transportes. O consumo energético do setor <strong>de</strong> transportes não apresenta quebra estrutural<strong>de</strong> tendência até 2030, elevando suavemente a participação no consumo final total, <strong>de</strong> 26,8% em 2005para 28,8% em 2030.No setor <strong>de</strong> transportes, o crescimento da <strong>de</strong>manda se explica pela posse <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> passeio,maior em cenários <strong>de</strong> maior crescimento econômico, on<strong>de</strong> a renda per capita da população e o acesso aocrédito é mais facilitado. Observe-se que não se consi<strong>de</strong>rou alteração estrutural relevante nos modais <strong>de</strong>transporte. Políticas públicas no sentido <strong>de</strong> incentivar o transporte ferroviário ou aquaviário po<strong>de</strong>riamresultar em menor expansão relativa da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia no setor, pela maior eficiência <strong>de</strong>sses modaispor tonelada-quilômetro <strong>de</strong> carga transportada.Consumo <strong>de</strong> Bioenergia e Derivados <strong>de</strong> Petróleo no Setor <strong>de</strong> Transportes. O setor <strong>de</strong> transportesse constitui no principal <strong>de</strong>mandante <strong>de</strong> óleo diesel no país, tendo respondido em 2004, por mais <strong>de</strong> 77%da <strong>de</strong>manda total <strong>de</strong>ste energético. É importante frisar que estes números se referem à <strong>de</strong>manda por óleodiesel potencial, e que a fração <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>manda atendida por óleo oriundo do refino <strong>de</strong> petróleo, H-Bio eEmpresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética
Matriz Energética 2030107biodiesel <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do cenário econômico consi<strong>de</strong>rado. A tendência é <strong>de</strong> queda da participação do setorno consumo total <strong>de</strong> óleo diesel, motivado pelo crescimento relativo do setor agropecuário bem comopela leve redução do modal rodoviário no transporte <strong>de</strong> cargas no país. O consumo <strong>de</strong> etanol e gasolinapara fins energéticos ocorre exclusivamente <strong>de</strong>vido ao setor <strong>de</strong> transportes brasileiro, tendo papel relevantena <strong>de</strong>manda total <strong>de</strong>ste setor. De fato, em 2005, o consumo <strong>de</strong> etanol e gasolina respon<strong>de</strong>u por13,3% e 25,9% da <strong>de</strong>manda total <strong>de</strong> energia <strong>de</strong>ste setor, respectivamente.Consumo <strong>de</strong> Gás Natural e Combustíveis Residuais no Setor <strong>de</strong> Transportes. O consumo <strong>de</strong> gásnatural no setor <strong>de</strong> transportes apresenta, <strong>de</strong> maneira geral, crescimento acima da taxa <strong>de</strong> crescimento doPIB. No que tange ao consumo <strong>de</strong> combustíveis residuais, no setor <strong>de</strong> transportes, este inclui unicamentea <strong>de</strong>manda por óleo combustível, cuja participação <strong>de</strong>ste setor na <strong>de</strong>manda total se mostra <strong>de</strong>clinante.Setor Industrial. Como já ressaltado, espera-se uma perda da participação relativa da indústria noPIB brasileiro em todos os cenários no horizonte estudados com conseqüente a redução da participaçãorelativa do setor industrial no consumo total <strong>de</strong> energia por cenário. Isto po<strong>de</strong> ser explicado dado oaumento da renda per capita da população e em função do aumento da produtivida<strong>de</strong> industrial, implicandona alteração do perfil <strong>de</strong> consumo, sendo este resultado in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da perda da participaçãodos gran<strong>de</strong>s consumidores <strong>de</strong> energia no PIB industrial no horizonte <strong>de</strong> estudo.Admite-se uma penetração do gás natural como substituto <strong>de</strong> outras fontes energéticas - óleo combustível,GLP e lenha. Restrições <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás natural levam a uma expansão da capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> autoprodução em ritmo menos acelerado.Entre os gran<strong>de</strong>s consumidores industriais <strong>de</strong> energia, vale <strong>de</strong>stacar as premissas relacionadas adois segmentos: no caso <strong>de</strong> alimentos e bebidas, continua-se o aproveitamento <strong>de</strong> biomassa adicionale a produção <strong>de</strong> etanol lignocelulósico, mas as participações relativas <strong>de</strong> óleo combustível e lenha sãoreduzidas até um patamar residual ao final do horizonte. Consi<strong>de</strong>rando-se que a expansão da ativida<strong>de</strong>sucro-alcooleira é intensa, a participação do bagaço cresce ligeiramente, reproduzindo a tendência observadanos últimos <strong>de</strong>z anos. Já no segmento <strong>de</strong> ferro-gusa e aço, admitiu-se que a taxa <strong>de</strong> utilização<strong>de</strong> sucata ao final do horizonte <strong>de</strong>ste estudo (2030) atinge, até 2030, a atual média mundial, <strong>de</strong> 34%,em consonância com a difusão tecnológica inerente a esta indústria e também ao sucesso parcial dapresença <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> reciclagem e conservação <strong>de</strong> energia.Eletricida<strong>de</strong> no Setor Industrial. A indústria brasileira respon<strong>de</strong>u por quase 50% do consumo total<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> em 2004. Embora partindo <strong>de</strong>sta significativa participação no consumo total <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>no país, a já aludida redução da participação da indústria no PIB do país em cenários <strong>de</strong> maiorcrescimento econômico resulta em tendência <strong>de</strong> redução no horizonte <strong>de</strong> estudo.Gás Natural no Setor Industrial. Em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> gás natural não-termelétrico, a estimativano longo prazo é a manutenção da importância do setor industrial na <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>ste energético.Ainda, o aumento do consumo <strong>de</strong> gás natural na indústria ocorre principalmente no segmento classificadocomo “<strong>de</strong>mais indústrias”.Especificamente no caso da indústria química po<strong>de</strong>-se apontar a penetração do gás natural para unida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> co-geração <strong>de</strong>slocando o uso térmico e, portanto, outros energéticos como o óleo combustível.Derivados <strong>de</strong> Petróleo no Setor Industrial. A <strong>de</strong>manda por <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> petróleo no setor industrialtem participação bastante reduzida na <strong>de</strong>manda total <strong>de</strong> energia do país, aumentando em relação ao anoMinistério <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> e Energia