108Matriz Energética 2030base. A expansão <strong>de</strong>ste consumo se <strong>de</strong>ve a segmentos industriais tais como mineração e pelotização,química, e outras indústrias, cuja expansão é capitaneada pela exportação <strong>de</strong> commodities, expansãoda <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> bens intermediários na economia, bem como a expansão <strong>de</strong> segmentos industriais queproduzem itens <strong>de</strong> maior valor agregado, respectivamente.Outros Energéticos na Indústria. No que tange ao consumo <strong>de</strong> carvão mineral e seus <strong>de</strong>rivados,<strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>stacar que o setor industrial é responsável por 100% da <strong>de</strong>manda total não-energética e, fundamentalmente,ocorre na indústria si<strong>de</strong>rúrgica. Assim, esta <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>staindústria em cada cenário nacional.Em relação ao consumo <strong>de</strong> lenha e carvão vegetal, por sua vez, em todos os cenários o crescimento seencontra abaixo daquele observada para o consumo <strong>de</strong> energia total. Apesar disto, a retração do consumo<strong>de</strong>stes energéticos no setor resi<strong>de</strong>ncial é mais intensa, <strong>de</strong> modo que, ao final, o consumo total <strong>de</strong>steagrupamento <strong>de</strong>vido ao setor industrial aumenta.Finalmente, o consumo <strong>de</strong> combustíveis residuais se concentra principalmente no setor industrial,pela natureza da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes energéticos, cuja oferta advém <strong>de</strong> processos industriais tais comoa produção <strong>de</strong> celulose, açúcar e álcool e processos químicos. Também é na indústria que se concentra oconsumo <strong>de</strong> óleo combustível, contribuindo para este perfil <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> energia.Setor Comercial e Público. Na matriz <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> energia nos setores comercial e público, aeletricida<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>u por 83,3% em 2005, aumentando a participação no longo prazo. Em cenários<strong>de</strong> maior crescimento econômico, este ganho <strong>de</strong> participação seria menor, <strong>de</strong>vido ao maior crescimentorelativo do gás natural, que entra <strong>de</strong>slocando o óleo combustível e a lenha.Lenha e Carvão Vegetal no Setor Comercial e Público. O consumo <strong>de</strong> lenha e <strong>de</strong> carvão vegetal peloSetor <strong>de</strong> Serviços no Brasil tem se reduzindo <strong>de</strong> forma notória ao longo das ultimas <strong>de</strong>cadas. Basicamente,este processo é fruto <strong>de</strong> todo um processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização vigente neste setor da economia nacional.Tal processo se traduz, principalmente, pela substituição mais intensa <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> energia menos nobres(no caso, lenha e carvão vegetal) por outras mais nobres sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> rendimento energéticoe consi<strong>de</strong>rando questões ambientais, ou seja, levando-se em conta as práticas vigentes no país <strong>de</strong> coletanão sustentável <strong>de</strong> lenha. Nesse contexto, o que se observa é que o gás natural e a eletricida<strong>de</strong> vêm<strong>de</strong>slocando o consumo <strong>de</strong> lenha e <strong>de</strong> carvão vegetal no Setor <strong>de</strong> Serviços do País. Há <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar, noentanto, que sempre haverá um consumo marginal <strong>de</strong> lenha (e/ou <strong>de</strong> carvão vegetal), em <strong>de</strong>terminadossubsetores do Setor <strong>de</strong> Serviços.Empresa <strong>de</strong> Pesquisa Energética
Matriz Energética 20301095. Expansão da Oferta <strong>de</strong> Energia• 5.<strong>1.</strong> Analise GlobalEntre 1970 e 1980 a <strong>de</strong>manda total <strong>de</strong> energia (Oferta Interna <strong>de</strong> Energia) aumenta 71,5%, entre 1980 e1990, 23,7%, entre 1990 e 2000, 34,3%, e, entre 2000 e 2005, 14,8%. Esta <strong>de</strong>manda passou <strong>de</strong> 66,9 milhões<strong>de</strong> tep em 1970 até 218,7 milhões <strong>de</strong> tep em 2005, tendo como <strong>de</strong>staque uma participação expressiva dasfontes renováveis <strong>de</strong> energia que se mantém acima dos 40% ao longo do horizonte dos Estudos.Tabela 5‐1- Evolução da Oferta Interna <strong>de</strong> Energia (em milhões <strong>de</strong> tep)I<strong>de</strong>ntificação 1970 1980 1990 2000 2005Energia não renovável 27.858 62.387 72.298 112.376 12<strong>1.</strong>350Petróleo e <strong>de</strong>rivados 25.251 55.393 57.749 86.743 84.553Gás natural 170 <strong>1.</strong>092 4.337 10.256 20.526Carvão mineral e <strong>de</strong>rivados 2.437 5.902 9.615 13.571 13.721Urânio (U 3o 8) e <strong>de</strong>rivados 0 0 598 <strong>1.</strong>806 2.549Energia renovável 39.088 52.373 69.702 78.239 97.314Hidráulica e eletricida<strong>de</strong> 3.420 1<strong>1.</strong>063 20.051 29.980 32.379Lenha e carvão vegetal 3<strong>1.</strong>852 3<strong>1.</strong>083 28.537 23.060 28.468Derivados da cana-<strong>de</strong>-açúcar 3.593 9.217 18.988 20.761 30.147Outras renováveis 223 <strong>1.</strong>010 2.126 4.439 6.320TOTAL 66.945 114.761 142.000 190.615 218.663Fonte: BEN - mme/epe (2006).Tabela 5‐2 Evolução da Participação da Oferta Interna <strong>de</strong> Energia (em %)I<strong>de</strong>ntificação 1970 1980 1990 2000 2005Energia não renovável 41,61 54,36 50,91 58,95 55,49Petróleo e <strong>de</strong>rivados 37,71 48,26 40,66 45,50 38,66Gás natural 0,25 0,95 3,05 5,38 9,38Carvão mineral e <strong>de</strong>rivados 3,64 5,14 6,77 7,11 6,27Urânio (u 3o 8) e <strong>de</strong>rivados 0 0 0,42 0,94 1,16Energia renovável 58,38 45,63 49,08 41,04 44,50Hidráulica e eletricida<strong>de</strong> 5,10 9,64 14,12 15,72 14,80Lenha e carvão vegetal 47,57 27,08 20,09 12,09 13,01Derivados da cana-<strong>de</strong>-açúcar 5,36 8,03 13,37 10,89 13,78Outras renováveis 0,33 0,88 1,49 2,32 2,89TOTAL 100 100 100 100 100Fonte: BEN - mme/epe (2006).Ministério <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> e Energia