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PETRÓLEO E ESTADO

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176 Petróleo e Estado<br />

CAPÍTULO 15<br />

RESPOSTAS<br />

PARA A CRISE<br />

Os novos desafios do CNP<br />

Arquivo ANP<br />

A gestão de Oziel Almeida Costa acompanhou grandes avanços<br />

na exploração, produção e refino de petróleo no Brasil.<br />

Quando foi nomeado presidente do CNP em<br />

julho de 1975, no segundo ano do governo<br />

Geisel, o general Oziel Almeida Costa encontrou<br />

o Conselho em uma fase difícil, por ter<br />

perdido muito de sua substância nos anos<br />

anteriores. Porém, diante dos impactos da<br />

primeira crise do petróleo, o órgão passou a<br />

ser mais solicitado pelas autoridades do País<br />

e assumiu um papel relevante na estratégia<br />

montada pelo Governo Federal para superar<br />

as vicissitudes daquele momento. Este cenário<br />

marcou a gestão do general Oziel, que se<br />

estendeu por dez anos.<br />

Para encarar a crise do petróleo, o governo definiu<br />

três metas principais:<br />

<br />

aumentar a produção nacional de petróleo;<br />

<br />

substituir o petróleo por fontes alternativas<br />

de energia;<br />

<br />

reduzir o consumo de derivados de petróleo<br />

através de programas de otimização do uso<br />

de combustíveis.<br />

A primeira meta ficou basicamente nas mãos<br />

da Petrobras, na forma de investimentos maciços<br />

na prospecção do petróleo, basicamente<br />

na plataforma submarina, que dobraram a<br />

produção brasileira entre 1979 e 1982. Nas outras<br />

duas metas, o CNP foi um dos principais<br />

protagonistas.<br />

Em outubro de 1975, o presidente Geisel autorizou<br />

a assinatura dos contratos de risco, fazendo<br />

questão de enfatizar que o monopólio estatal<br />

previsto em lei não devia ser entendido como<br />

um fim em si mesmo, mas sim como um meio<br />

para “assegurar, nas melhores das condições<br />

possíveis, o abastecimento nacional de petróleo”.<br />

Esta autorização era um sinal claro de que<br />

as exigências impostas pelo choque do petróleo<br />

não poderiam esperar uma transição lenta<br />

da exploração em terra para a pesquisa no mar.<br />

Em junho de 1976, pressionado por novos aumentos<br />

do combustível, o general Oziel afirmou,<br />

em entrevista à imprensa, que aumentar<br />

preços não era a única solução para conter o<br />

consumo de derivados de petróleo no País. Entre<br />

as medidas possíveis, ele destacou a racionalização<br />

dos transportes coletivos, a velocidade<br />

máxima de 80 km nas rodovias, e até um<br />

novo formato para o campeonato nacional de<br />

futebol, com menor número de jogos. Só não<br />

concordava com o racionamento. 279<br />

279. TUDO em segredo [petróleo]. Veja, São Paulo, 23 jun. 1976. p. 86-88.

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