PETRÓLEO E ESTADO
1RZuvmj
1RZuvmj
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
20 Petróleo e Estado<br />
As últimas concessões do Império<br />
Fundação Biblioteca Nacional<br />
e Lorena, Taubaté passou a ser iluminada, em setembro<br />
de 1882, com o gás produzido pela Companhia<br />
de Gás e Óleos Minerais daquela cidade.<br />
Entretanto, devido a uma série de dificuldades<br />
técnicas, o serviço seria interrompido em 1897. 16<br />
reitos dos proprietários” e, ao mesmo tempo, o<br />
reconhecimento da “necessidade de ampliar os<br />
estímulos à mineração” eram questões que provocaram<br />
celeuma entre os conselheiros, bloqueando<br />
a tramitação do projeto. 18<br />
D. Pedro II (1825-1891), último imperador do Brasil, foi um dos<br />
principais incentivadores da exploração geológica no país<br />
Fornecer matéria-prima para uma iluminação<br />
mais eficiente e econômica foi o objetivo que motivou<br />
a concessão de jazidas de combustíveis minerais<br />
desde São José dos Campos até Lorena, na<br />
província de São Paulo, em 1881, para Domingos<br />
Moutinho, José Rodolfo Monteiro, Roberto Normanton<br />
e William Burnett. Dessa vez, a exploração<br />
foi adiante. Com o aproveitamento industrial<br />
dos folhelhos pirobetuminosos encontrados na<br />
bacia terciária do vale do Paraíba, entre Jacareí<br />
A tecnologia para iluminação estava em pauta<br />
e suscitou várias concessões nesse período.<br />
Em janeiro de 1881, Antônio Lopes Cardoso teve<br />
privilégios garantidos por dez anos para desenvolver<br />
um processo químico que não deixasse o<br />
querosene explodir. Em fevereiro do mesmo ano,<br />
Joaquim Alves de Sousa registrou um aparelho<br />
inventado por ele para extrair gás de turfa. E Francisco<br />
Marques Teixeira recebeu concessão, em<br />
outubro de 1882, para a pesquisa de turfa e outros<br />
combustíveis minerais, visando à fabricação de<br />
gás de iluminação nos municípios de Mangaratiba,<br />
Itaguaí e São João do Príncipe, na província<br />
do Rio de Janeiro. 17<br />
Um projeto de lei sobre mineração, discutido<br />
no Conselho de Estado em 1881, fazia referência<br />
à “exploração das turfeiras” e incluía o petróleo<br />
“entre os minerais que constituíam propriedade<br />
nacional, assim como metais e pedras preciosas”,<br />
refletindo um conhecimento mais profundo dos<br />
minerais pesquisados e das condições de sua exploração<br />
no Brasil. No entanto, havia dificuldade<br />
em aceitar uma limitação explícita ao direito de<br />
propriedade: a preocupação em “não ferir os di-<br />
A Bacia do Paraná, sobretudo a porção situada<br />
em São Paulo, continuava na mira dos interessados<br />
em explorar petróleo, 19 levando o governo<br />
provincial a convidar o geólogo norte-americano<br />
Orville Adelbert Derby, antigo membro<br />
da Comissão Geológica do Brasil, a organizar a<br />
Comissão Geográfica e Geológica da Província<br />
de São Paulo. Criada em março de 1886, a Comissão<br />
iniciou nesse mesmo ano o levantamento<br />
da carta geográfica, geológica e topográfica<br />
da província, que, porém, demoraria 34 anos<br />
para ser finalizada. 20<br />
Entre os últimos decretos baixados pelo governo<br />
imperial, em 1888 e 1889, figuram autorizações<br />
para pesquisas na Bacia do Paraná e na província<br />
do Rio de Janeiro, exploração de carvão-de-pedra<br />
na Bacia Amazônica, exploração de petróleo<br />
e outros minerais em Tatuí, São Paulo e em São<br />
José da Palhoça, no estado de Santa Catarina. 21 O<br />
último de todos eles, em 9 de novembro de 1889<br />
(poucos dias antes da Proclamação da República),<br />
concedia permissão para pesquisa de petróleo,<br />
carvão-de-pedra e outros minerais no município<br />
de Prainha, no Pará. 22<br />
16. MOURA; CARNEIRO, 1976, passim.; DIAS; QUAGLINO, 1993, p. 6.<br />
17. Id., 1976, p.66.<br />
18. Id., 1993, p. 27, nota 1.<br />
19. Id., 1976, p. 67-69<br />
20. FIGUEIRÔA, 1992, p. 135-137.<br />
21. Id., 1976, p. 76<br />
22. Ibid., p. 70.