PETRÓLEO E ESTADO
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Capítulo 7 - Impactos da Segunda Guerra Mundial 83<br />
Agêncio O Globo<br />
essenciais, o CNP encaminhou para aprovação de<br />
Getúlio Vargas as seguintes medidas:<br />
<br />
Proibir em todo o território nacional [...] a circulação<br />
de carros de passageiros, particulares<br />
e oficiais, exceto os da Presidência da República,<br />
ministros de Estado, presidente do Supremo<br />
Tribunal Federal, presidente do Supremo<br />
Tribunal Militar, presidente do Tribunal de<br />
Segurança Nacional, interventores e governadores<br />
dos Estados, prefeito e chefe de Polícia<br />
do Distrito Federal, assim como os chefes de<br />
missões diplomáticas estrangeiras.<br />
<br />
Proceder à revisão do racionamento dos veículos<br />
a frete e dos particulares para a carga. 142<br />
O planejamento elaborado pelo CNP compreendia<br />
não apenas as restrições à circulação de<br />
veículos, mas também a distribuição de cotas<br />
mensais aos estados. A linha adotada era permitir<br />
somente a circulação de veículos com atividades<br />
ligadas diretamente ao esforço de guerra e ao interesse<br />
maior da coletividade.<br />
Em julho, começou a faltar óleo combustível para a<br />
indústria, situação provisoriamente contornada com<br />
a cessão de parte do estoque da Marinha de Guerra.<br />
O ápice dessa situação foi uma escassez geral de<br />
gêneros alimentícios e produtos industriais, o que<br />
levou a uma alta vertiginosa nos preços.<br />
Em meio à crise, o CNP recebeu a notícia de que<br />
o navio-tanque Louisiania, com um grande carregamento<br />
de gasolina e diesel, e cuja chegada era<br />
prevista para 20 de agosto, havia sido torpedea-<br />
As tropas da FEB regressam vitoriosas ao Brasil em 13 de agosto de 1945<br />
do por submarinos alemães já em águas brasileiras.<br />
Este afundamento exigiu novas medidas de<br />
racionamento, ainda mais drásticas. No final de<br />
1942, o volume de derivados de petróleo importados<br />
pelo Brasil não ultrapassava 65% do volume<br />
total consumido no ano anterior. 143<br />
Justamente no período em que o racionamento<br />
entrava em vigor no Brasil, Horta Barbosa visitou<br />
os Estados Unidos, a convite do governo daquele<br />
país, percorrendo, entre julho e agosto de<br />
1942, os principais centros de produção de petróleo<br />
e importantes refinarias. Na ocasião, teve<br />
a oportunidade de transmitir ao governo norte-<br />
-americano a real situação do Brasil quanto ao<br />
suprimento de produtos de petróleo, bem como<br />
a necessidade de equipamentos para aparelhar<br />
os campos petrolíferos do estado da Bahia. Em<br />
resposta, obteve o compromisso de que o governo<br />
dos EUA tomaria as providências necessárias<br />
para assegurar a exportação do produto para o<br />
Brasil, e daria prioridade à fabricação e ao embarque<br />
do material destinado à exploração nos<br />
campos baianos. 144<br />
142. ARTUR HEHL NEIVA (1909-1967) [Arquivo AHN]. Rio de Janeiro, FGV, CPDOC. Sigla AHN. 09.00 –P. I (doc. 11A7).<br />
143. ENTREVISTA do Presidente do CNP, João Carlos Barreto. Estado de Minas [Jornal], Belo Horizonte, 02 de junho de 1945.<br />
144. CONSELHO NACIONAL DO <strong>PETRÓLEO</strong> (Brasil). Relatório de 1942, CNP, Brasília.