PETRÓLEO E ESTADO
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Capítulo 5 - A descoberta em Lobato 71<br />
Agência Petrobras<br />
Em abril de 1938, o ministro da Agricultura Fernando<br />
de Sousa Costa deu sinais de aceitação<br />
das sugestões, autorizando Irnack do Amaral a<br />
fazer um levantamento de preços de empresas<br />
perfuradoras em Nova York, ao mesmo tempo<br />
em que solicitava a Glycon de Paiva um plano<br />
trienal para o desenvolvimento do setor de<br />
petróleo. 115 Esse plano, contudo, foi um pouco<br />
além, propondo a criação de um novo órgão, o<br />
Serviço de Pesquisa do Petróleo. Entretanto a<br />
ideia não iria adiante, porque naquele mesmo<br />
mês estava sendo criado o CNP.<br />
Quando foram transferidos do Ministério da Agricultura<br />
para o CNP o pessoal e o material de pesquisa<br />
e lavra de petróleo e gases naturais, estavam<br />
em andamento pesquisas nas localidades<br />
de Moa (território do Acre), Monte Alegre (PA),<br />
Bongi (PE), Ponta Verde (AL), Lobato e Camaçari<br />
(ambas na Bahia). A primeira grande responsabilidade<br />
assumida pelo CNP no campo da exploração<br />
de petróleo foi, sem dúvida, concretizar as<br />
esperanças despertadas com as descobertas em<br />
Lobato, promovidas pelo DNPM.<br />
No dia 21 de janeiro de 1939, finalmente, foi encontrado<br />
óleo no poço de número 163. Entre 23<br />
de janeiro e 1º de fevereiro, a produção acumulada<br />
rendeu 1.000 litros – cerca de 110 por dia –, tendo<br />
sido enviados 600 para o laboratório do DNPM.<br />
Foram distribuídos 400 litros ao povo que se precipitava<br />
para a região. A notícia alvissareira foi devidamente<br />
registrada no diário de Getúlio Vargas:<br />
Foi descoberto petróleo na Bahia. Esta<br />
é a grande notícia do dia. Seguiram<br />
funcionários conhecedores da matéria<br />
para verificar. [24/jan./1939]. 116<br />
Oscar Cordeiro tira o chapéu diante do poço de Lobato (BA), em 1938. O empresário repetiria o gesto diversas vezes<br />
115. DIAS; QUAGLINO, 1993, p. 34.<br />
116. VARGAS, G.,1995, v.II, p. 195, 282.