PETRÓLEO E ESTADO
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42 Petróleo e Estado<br />
O desenvolvimento das pesquisas e o papel dos especialistas estrangeiros<br />
Na prática, apesar das profundas mudanças<br />
institucionais, houve poucos avanços nas atividades<br />
de mineração durante a primeira metade<br />
da década de 1930. A falta de recursos financeiros<br />
dificultava a aquisição dos materiais<br />
e equipamentos necessários para a exploração<br />
das bacias mais promissoras, além de impedir<br />
a contratação de especialistas estrangeiros<br />
em número suficiente para treinar técnicos<br />
brasileiros em teoria e prática de geologia do<br />
petróleo, geofísica, aerofotogrametria etc., de<br />
modo a suprir as lacunas referentes aos métodos<br />
exploratórios. 63<br />
Os trabalhos realizados pelo SGMB em 1930<br />
continuaram praticamente inalterados nos<br />
mesmos estados, com o acréscimo apenas de<br />
uma perfuração no Rio Grande do Sul.<br />
Diante dos resultados poucos expressivos, o<br />
DNPM fez uma reavaliação no final de 1934, indicando<br />
como áreas prioritárias para a pesquisa<br />
a faixa costeira do Nordeste, de Ilhéus (BA) a<br />
Aracati (CE), e o território do Acre, mais especificamente<br />
a bacia do rio Javari. O baixo Amazonas<br />
e a bacia do Paraná, que desde a década de<br />
1920 concentravam as atenções governamentais,<br />
ficariam agora em segundo plano. 64<br />
No diário de Getúlio Vargas há uma anotação<br />
feita por ele em 25 de fevereiro de 1936, após<br />
um despacho com o ministro da Agricultura,<br />
Odilon Braga, sobre a questão do petróleo. O<br />
presidente informa que Braga fora à reunião<br />
acompanhado de “técnicos do ministério, que<br />
vieram com mapas e relatórios trazer informações<br />
sobre a possibilidade da existência desse<br />
combustível no território do Acre, próximo à<br />
fronteira com o Peru”. 65<br />
Neste período, especialistas estrangeiros tiveram<br />
um importante papel nas pesquisas quanto<br />
às possibilidades de petróleo em território<br />
brasileiro, que determinaram a mudança das<br />
áreas a serem exploradas. O geofísico norte-americano<br />
Mark Cyril Malamphy, contratado em<br />
1932 pelo Serviço Geológico e Mineralógico do<br />
Brasil, introduziu os processos sísmicos nos<br />
PERFURAÇÕES NO BRASIL (1931-1934)<br />
1931 1932 1933 1934 Total<br />
Pará 1 – 1 – 2<br />
São Paulo 2 1 – – 3<br />
Paraná 2 2 1 – 5<br />
Santa Catarina – 1 – 1 2<br />
Rio Grande do Sul – – 1 – 1<br />
Total 5 4 3 1 13<br />
Fonte: Dias & Quaglino (1992, p. 16-17)<br />
63. DIAS; QUAGLINO, 1993, p. 16.; MOURA; CARNEIRO, 1976, p. 138.<br />
64. Id., 1993, p. 17, nota 29.<br />
65. VARGAS, Getúlio. Diário. São Paulo: Siciliano; Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1995. Apresentação de Celina Vargas do Amaral Peixoto.<br />
p. 482.