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PETRÓLEO E ESTADO

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Capítulo 5 - A descoberta em Lobato 73<br />

do rio Parnaíba, no Piauí. No Recôncavo, os estudos<br />

se prolongariam até 1943. A partir de 1941,<br />

foram feitos outros reconhecimentos geológicos,<br />

desta feita no estado de Mato Grosso, os quais<br />

se estenderiam até 1943. Além destes estudos, o<br />

CNP realizou também intensa prospecção geofísica<br />

por métodos sísmicos na área que circunda<br />

Maceió, assim como na área do contorno da Baía<br />

de Todos os Santos e suas ilhas.<br />

EVOLUÇÃO DAS ÁREAS PRODUTORAS DO <strong>ESTADO</strong> DA BAHIA (1940-1942)<br />

1940 1941 1942<br />

Lobato 2.089,12 barris 2.216,00 barris 261,00 barris<br />

Joanes 715,50 barris 6.886,91 barris<br />

Candeias 188,50 barris 10.037,37 barris<br />

Aratu<br />

13.556,61 barris<br />

Itaparica<br />

2.089,53 barris<br />

Total 2.089,12 barris 3.120,00 barris 32.831,42 barris<br />

A partir da<br />

descoberta em<br />

Lobato, caberia<br />

ao governo definir<br />

uma política<br />

para o setor.<br />

No entanto, as dificuldades técnicas e práticas<br />

ainda persistiam e eram de grande monta.<br />

Enquanto a formação da mão de obra não<br />

se resolvia – por demandar uma solução de<br />

médio prazo – e o governo dava andamento a<br />

negociações externas para aquisição de equipamentos<br />

modernos, o CNP viabilizou a contratação<br />

de empresas prestadoras de serviços,<br />

fazendo uso da maior flexibilidade no manejo<br />

de seus recursos. Foram firmados contratos<br />

com as firmas norte-americanas Drilling and<br />

Exploration Co., encarregada da perfuração<br />

dos poços, e a United Geophysical Company<br />

of Texas, o que permitiu não apenas acelerar o<br />

ritmo dos trabalhos, mas também compensar<br />

a insuficiência de técnicos e equipamentos.<br />

Dos seis poços abertos em Lobato entre 1939 e<br />

1941, apenas dois foram produtores. Além disso,<br />

os dados relativos à produção destes poços antes<br />

de agosto de 1940 não foram registrados, embora<br />

tenha havido produção por meio de bombeio. Destes<br />

dois poços, um foi paralisado em abril de 1942,<br />

o que justifica a brusca queda dos números totais<br />

da produção naquele ano. A perfuração do campo<br />

de Joanes foi terminada em 1942, e até este ano<br />

eram três os poços produtores. Descoberto em<br />

1941, Candeias possuía até o início de 1943 cinco<br />

poços produtores. Aratu também foi descoberto<br />

em 1942, e até o início de 1943 possuía sete poços<br />

produtores, sendo três deles de óleo e gás, e quatro<br />

apenas de gás. Itaparica foi também descoberto<br />

em 1942, possuindo quatro poços produtores.<br />

A confirmação de óleo em Lobato acabou por deslocar<br />

a questão do petróleo no Brasil do terreno da<br />

geologia para o plano político. A partir de então,<br />

caberia ao governo Vargas definir uma política<br />

para o setor. Uma política que englobasse não apenas<br />

a questão do monopólio no refino, mas também<br />

a definição dos preços de combustíveis, seu<br />

armazenamento e racionamento, questões que o<br />

andamento da guerra só tenderiam a agravar.<br />

Os dados acima nos permitem concluir que 1942,<br />

em termos efetivos, foi o primeiro ano da produção<br />

de petróleo no País. No entanto, o marco zero<br />

ficou sendo, para sempre, o momento em que<br />

começou a jorrar petróleo no Recôncavo Baiano,<br />

celebrado no diário do presidente Vargas em 31<br />

de dezembro de 1939 como acontecimento de<br />

destaque do ano:<br />

E assim terminou o ano de 1939, tão rico<br />

de acontecimentos importantes para o<br />

mundo e para o Brasil. Entre estes, a<br />

Hora do Brasil anunciou a descoberta<br />

de uma jazida de petróleo em Lobato,<br />

na Bahia, com uma produção diária superior<br />

a 100 litros. [31/dez./1939]. 120<br />

120. VARGAS, G., 1995, v.II, p. 195, 282.

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