Genes IX Benjamin Lewin - PortuguesBR
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26.4 O SPUCING DO PRÉ-mRNA OCORRE ATRAVÉS DE UM LAÇO 673<br />
se rer cuidado ao interpretar esses resultados, pois ainda<br />
não dispomos de provas de que todos os intem1ediários<br />
de fato originem mRNA maduro.<br />
A conclusão geral sugerida por essa análise é que a<br />
conformação do RNA influencia a acessibilidade aos<br />
sítios de sp!icing. A medida que determinados íntrons<br />
são removidos, a conformação é alterada, tornando<br />
novos pares de sítios de splicing disponíveis. No entanro,<br />
a capacidade do precursor remover seus ímrons<br />
em mais de uma ordem sugere a existência de conformações<br />
alternativas em cada estágio. Obviamente,<br />
quanto maior a molécula mais opções estruturais tornam-se<br />
disponíveis, e, quando consideramos genes<br />
maiores, é difícil imaginar como estruturas secundárias<br />
específica..~ poderiam controlar a reação. Esta análise<br />
nos leva à importante conclusão de que a reação<br />
não ocorre de forma seqüenciaL ao longo do precursor.<br />
Um simples modelo de controle do reconhecimento<br />
de sírios de spficing poderia ocorrer pela ação do<br />
aparato de spficing de forma processiva. Após reconhecer<br />
um sírio 5 ', o aparato poderia fazer a varredura<br />
do RNA na direção adequada, até enconrrar o sítio<br />
3' seguinte. Isto restringiria o splícing a sítios adjacentes.<br />
Contudo, este modelo é excluído por experimentos<br />
que demonstram que o spficing pode ocorrer em<br />
trans, na forma de uma reação inrermolecular, em determinadas<br />
circunstâncias (ver Seção 26.13, Reações<br />
de Trans-splicing Uciliza.m Pequenos RNAs), ou em<br />
moléculas de RNA nas quais parte da cadeia nucleorídica<br />
é substituída por um ligador químico. Isto significa<br />
que não deve haver a necessidade de uma estrita<br />
varredura ao longo do RNA, do sírio de splicing 5'<br />
para o sítio de spLicing 3 '. Outro problema com o modelo<br />
de varredura é o Faro deste não explicar a existência<br />
de padrões de spficing alrernarivo, nos quais (por<br />
exemplo) um sírio 5' comum é ligado a mais de um<br />
sítio 3'. A base do reconhecimento apropriado dos<br />
pares corretos de spficing permanece ainda não compleramence<br />
definida.<br />
•••<br />
O Splicing do Pré-m RNA<br />
Ocorre através de um Laço<br />
Conceitos Essenciais<br />
• O splidng requer os sítios de splidng 5' e 3' e um sitio de<br />
ramificação imediatamente a montante ao sítio de splicing r.<br />
• A seqüência de ramificação é conservada em levedu ras<br />
e menos conservada em eucariotos superiores.<br />
• Um laço é formado quando o íntron é divado no sítio<br />
de splicing 5' e a extremidade 5' é ligada à posição 2'<br />
em um A no sítio de ramificação no íntron<br />
• O intron é liberado como um Jaço quando é clivado no sítio<br />
de splidng 3' e os éxons esquerdo e direito são unidos.<br />
• As reações ocorrem por transesterificações, nas quais<br />
uma ligação é transferida de um local para outro.<br />
•<br />
Sítio 5' Sítio 3'<br />
5'---~~~~~-::-~--- 3'<br />
GU UACUAAC AG<br />
Pyao N PYao Py87 Pu75 A PYgs<br />
Consenso animal<br />
Clivagem no sítio 5' e formação do laço por uma ligação 5'-2'<br />
conectando o 5'-G do lntron ao 2' do A no sítio de ramificação<br />
5''----3'<br />
~G<br />
\....,._~..,. 1 5~·~~--- 3,<br />
UACUAACAG<br />
2'<br />
Clivagem no sítio 3' e união dos éxons;<br />
íntron liberado como um laço<br />
~G<br />
5'----3·\.1 5 '<br />
UACUAAC AG<br />
2'<br />
5''--------3'<br />
Linearização do íntron<br />
5' GU<br />
\.<br />
UACUAAC AG 3'<br />
3'5''----3'<br />
Flú 6.6 O splidng ocorre em dois estágios. Inicialmente, o éxon<br />
5' é clivado e, em seguida, ligado ao éxon 3'.<br />
Os mecanismos de splicing foram caracterizados in vitro<br />
empregando sistemas nos quais fnrrons podem ser<br />
removidos de RNAs precursores. Exrraros nucleares podem<br />
fuz.er o spficing de RNAs precursores purificados;<br />
isto revela que a atividade de spficing não está ligada ao<br />
processo de transcrição. O spficing pode ocorrer em<br />
RNA~ sem capou não-poliadenilados. A reação de splicing<br />
é independente da transcrição ou da modificação<br />
do RNA; no entamo, estes eventos, em geral, ocorrem<br />
de forma coordenada, e a eficiência do spfiâng pode ser<br />
influenciada por outros eventos de processan1ento.<br />
Os estágios do splicing in vitro estão ilustrados na<br />
via da qGUR .b . Discutimos a reação em termos<br />
de espécies individuais de RNA que podem ser idencilicadas,<br />
porém lembre-se de que, in vivo, as espécies<br />
contendo éxons não são liberadas como moléculas livres,<br />
sendo mantidas juntas pelo aparato de spficing.<br />
A primeira etapa corresponde à clivagem no sítio<br />
de splicing 5 ', separando o éxon esguerdo e a<br />
molécula de ínrron-éxon direira. O éxon esquerdo<br />
assume a forma de uma molécula linear. A molécula<br />
de íncron-éxon direita forma um la~, no qual a<br />
terminação 5' gerada na t:xuemidade do íntron se