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Genes IX Benjamin Lewin - PortuguesBR

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26.19 AS EXTREMIDADES 3' DOS mRNAs SÃO GERADAS POR CLIVAGEM E POLIADENILAÇÃO 695<br />

Como a reação de terminação ocorre? Esta não<br />

pode ser baseada na instabilidade da região rU-dA do<br />

híbrido RNA-DNA simada na extremidade do transcrito,<br />

pois, freqüentemente, apenas os dois primeiros<br />

resíduos de U são transcritos. Talvez a região rica em<br />

G-C desempenhe o papel de tornar a enzima mais<br />

lenta, embora pareça não haver qualquer equivalente<br />

ao grampo envolvido na terminação procariótica. Permanecemos<br />

ainda intrigados quanto à questão de<br />

como a emima pode responder de forma tão espedfica<br />

a um sinal tão curto. Contrariamente à reação de<br />

iniciação, na qual a RNA polimerase IIl é incapaz de<br />

realizar por si só, a terminaç,'io parece ser urna atividade<br />

da própria enzima.<br />

t.tiijl As Extremidades 3' dos<br />

m R NAs São Geradas por<br />

Clivagem e Po~iadenilação<br />

Conceitos Essenciais<br />

• A seqüência AAUAAA é um sinal de clivagem para gerar<br />

uma extremidade 3' de um mRNA que é poliadenilado.<br />

• A reação requer um complexo protéico contendo um<br />

fator de especificidade, uma endonuclease e uma poli(A)<br />

polimerase.<br />

• O fator de especificidade e a endonuclease clivam o<br />

RNA a jusante ao AAUAAA.<br />

• O fator de especificidade e a poli(A) polimerase adiei·<br />

onam progressivamente cerca de 200 reslduos A à extremidade<br />

3'.<br />

• Seqüências ricas em A-U na cauda 3' controlam a poliadenilação<br />

ou desadenilação durante o desenvolvimento<br />

embrionário de Xenopus.<br />

As extremidades 3' dos mRNAs são geradas por<br />

uma clivagem seguida da poliadenilação. A adição<br />

de poli(A) ao RNA nuclear pode ser impedida pelo<br />

análogo 3 '-desoxiadenosina, também conhecido<br />

como cordicepina. Embora a cordicepina não interrompa<br />

a transcrição do RNA nuclear, sua adição<br />

impede o aparecimento do mRNA no cicoplasma.<br />

Isto indica que a poliadenilação é necessdria à maturação<br />

do mRNA a partir do RNA nuclear.<br />

A geração da extremidade 3' é ilustrada na FI-<br />

UR \ 26.34. A RNA polimerase transcreve além do<br />

sítio que corresponde à extremidade 3 ', havendo<br />

seqüências no RNA que são reconhecidas como alvo<br />

de uma clivagem endonucleolítica, seguida da poliadenilação.<br />

Um único complexo de processamento<br />

realiza mmo a clivagem como a poliadenilação.<br />

A poliadenilação estabiliza o mRNA contra a degradação<br />

a partir da extremidade 3' . Sua extremidade<br />

5' já encontra-se estabilizada pelo cap. A RNA<br />

polimerase continua a transcrição após a clivagem,<br />

mas a extremidade 5' gerada pela d i vagem encontra-se<br />

desprotegida.<br />

O evento de clivagem corresponde a um faror desencadeador<br />

indiretO de terminação pela RNA poli- .<br />

merase li. Uma exonudease liga-se à extremidade 5'<br />

do RNA que esrá sendo ainda transcrito após a divagem.<br />

A enzima degrada oRNA com uma velocidade<br />

superior à de sua síntese, de modo que alcança a polimerase.<br />

A enzima enrão imerage com proteínas auxiliares<br />

que se encontram ligadas ao domínio carbóx.iterminal<br />

da polimerase, desencadeando a liberação da<br />

RNA polimerase do DNA e promovendo a terminação<br />

da transcrição. O modelo global é similar àquele<br />

descrito para rho, na terminação da transcrição pela<br />

RNA polimerase bacteriana (ver Seção 11.22, Como<br />

o Fator Rho Atua?). Isto explica porque os sítios de<br />

terminação da RNA polimerase II não são bem definidos,<br />

podendo ocorrer em vários locais no interior<br />

de uma longa região a jusanre ao sítio que corresponde<br />

à extremidade 3' do RNA.<br />

Uma propriedade comum dos mRNAs de eucariotos<br />

superiores (mas não de leveduras) corresponde<br />

à presença de uma seqüência MUAAA altamente<br />

conservada na região de 1 I a 30 nudeotídeos a montante<br />

ao sítio de adição do poli(A). A deleção ou mutação<br />

do hexâmero MUAAA impede a geração da<br />

extremidade 3' pol iaden ilada. O sinal é necessário tanto<br />

à divagem quantO à poliadenilação.<br />

O desenvolvimento de um sistema no qual a poliadenilação<br />

ocorre in vitro abriu uma via para a análise<br />

das reações. A formação e funções do complexo que<br />

realiza o processamento 3' estão ilustradas na f!GUP<br />

26.35. A geração da estruUifa terminal 3' adequada<br />

,..<br />

,<br />

5' cap<br />

5 ' cap ~ lf\<br />

Elongação<br />

~<br />

Exonuclease<br />

\ c.<br />

hvagem<br />

~<br />

Endonuclease<br />

Degradação<br />

Poliadenilação<br />

I ~ A<br />

AAUAAA v · An<br />

RGURA 26.34 A seqüência AAUAAA é necessária à clivagem,<br />

para gerar uma extremidade 3' para a poliadenilação.

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