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I Congresso Internacional Rousseau x Kant – UFMA Página | 112<br />
III Congresso Nacional Jean-Jacques Rousseau – UFMA: estética e representação<br />
I Congresso Kant – UFMA: liberdade, justiça e dignidade<br />
MÚSICA E JUÍZO ESTÉTICO EM KANT<br />
Fernando Ribeiro de Moraes Barros<br />
frbarros76@gmail.com<br />
RESUMO: Mais próxima do plano que designa as chamadas sensações intensivas,<br />
ligadas, em geral, a intensidades não figurativas - tais como, por exemplo, prazer e<br />
desprazer -, a música sempre representou um desafio à estética filosófica tradicional.<br />
Kant, ao ponderar sobre a faculdade por meio da qual o belo é ajuizado, não será uma<br />
exceção em meio àqueles que, visando a dar alguma determinação teórico-especulativa<br />
aos construtos musicais, viram-se cercados de certas dificuldades conceituais. Atrelada a<br />
uma significação notadamente ampla da sensibilidade artística, a caracterização da arte<br />
dos sons - e das cores - enquanto “jogo das sensações” cederá terreno, na terceira Crítica,<br />
a uma insidiosa suspeita. Empreende-se a pergunta pela possibilidade mesma de a música,<br />
bem como a arte das cores, ter algo a ver com as belas-artes, ou, melhor dizendo, com<br />
obras cuja beleza é experimentada sob a égide do livre jogo das faculdades e sob o influxo<br />
de uma satisfação desinteressada. Submetidas à força do interesse e das inclinações, as<br />
sensações sonoras parecem estar como que destinadas, de antemão, a motivar sentimentos<br />
agradáveis ou desagradáveis – e, portanto, nos quais apenas juízos de validade individual<br />
se deixariam fundamentar. A partir desse horizonte hermenêutico, o propósito geral de<br />
nossa exposição é procurar descerrar outras paragens estéticas para a música no interior<br />
do criticismo – e, se possível, para além deste.<br />
Palavras-chave: Música. Kant. Crítica.