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I Congresso Internacional Rousseau x Kant – UFMA Página | 52<br />
III Congresso Nacional Jean-Jacques Rousseau – UFMA: estética e representação<br />
I Congresso Kant – UFMA: liberdade, justiça e dignidade<br />
A POÉTICA <strong>DE</strong> ROUSSEAU COMO POSSIBILIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> CHAVE <strong>DE</strong><br />
LEITURA <strong>DE</strong> SUAS OBRAS<br />
Prof. Dr. Luciano da Silva Façanha<br />
RESUMO: A proposta de chave de leitura de suas obras, talvez não esteja em buscar<br />
nenhuma unidade para o estatuto ambíguo de ler, escrever e interpretar o pensamento de<br />
Rousseau, mas tão somente, a possibilidade de alguma coerência, pois, como o próprio<br />
autor não cansava de enunciar ao insistir na uniformidade de seu pensamento, que de<br />
modo algum ele se contradizia nos seus conceitos, mas quanto às expressões, não<br />
esclarecendo os diferentes usos, nem a maneira eloquente como se expressava, daí a<br />
possibilidade da apresentação de uma Poética em suas obras, mostrando que a eloquência<br />
com que Rousseau escreve no seu belo estilo, pode ser resultado simplesmente de sua<br />
expressão poética. Uma vez que o filósofo representa com propriedade as características<br />
do Homem de letras, então, é oportuno se observar que Jean-Jacques remete a sua<br />
investigação da linguagem à origem das línguas, que, mesmo estando a uma distância tão<br />
longe de sua perfeição, mas, ressalta que a língua original se assemelhava a que os Poetas<br />
utilizavam, pois, o autor enfatiza que a linguagem dos primeiros homens era Figurada e<br />
Poética, o homem não começou por raciocinar, mas, por Sentir. Ora, se Jean-Jacques está<br />
exaltando uma perfeição na linguagem, conforme afirma no Ensaio sobre a origem das<br />
línguas, em que a primeira linguagem foi Figurada, e o homem falou de uma forma<br />
Poética, pois, havia o privilégio da expressão ao invés da exatidão, parece contundente<br />
que sua expressão eloquente já seja uma busca pela perfeição original dessa “arte<br />
sublime”, que, para o filósofo, tem como referencial, as paixões, pois, constituem a mais<br />
direta expressão natural do homem e, de forma correlata, suas inflexões emocionais, que<br />
importam mais do que a significação racional das palavras e sua exatidão.<br />
Palavras-Chave: Eloquência. Poética. Estética. Leitura. Rousseau.