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CADERNO DE RESUMOS

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I Congresso Internacional Rousseau x Kant – UFMA Página | 95<br />

III Congresso Nacional Jean-Jacques Rousseau – UFMA: estética e representação<br />

I Congresso Kant – UFMA: liberdade, justiça e dignidade<br />

HABERMAS LEITOR <strong>DE</strong> ROUSSEAU: Direitos Humanos e Soberana Popular<br />

Msc. Rodrigo Iturra Wolff<br />

IFMA: Instituto federal do Maranhão<br />

RESUMO: A democracia deliberativa proposta por Habermas começa com uma reconstrução da<br />

sociedade moderna através da teoria da ação comunicativa capaz de dar conta das fundadas<br />

críticas que liberais e republicanos se fazem mutuamente. Em primeiro lugar, aceita a premissa<br />

de que as sociedades ocidentais modernas são marcadas pelo fato do pluralismo e que, portanto,<br />

só se pode esperar uma convergência entre as concepções do bem por meio da repressão. É na<br />

perspectiva de diálogo entre Habermas e Rousseau, podemos delimitar uma possível solução para<br />

esse impasse, através do segmento de uma de suas últimas obras intitulada Direito e Democracia<br />

(1992). Segmento que estrutura a reflexão em torno destes dois debates na contemporaneidade.<br />

Uma privilegiou a integridade dos indivíduos mediante o estatuto dos direitos humanos enquanto<br />

a outra se sustentou na auto realização da comunidade através da soberania popular acarretando<br />

uma competição entre Direitos Humanos e Soberania Popular o que reflete a decomposição do<br />

mundo da vida das sociedades atuais ocidentais modernas. É nesse sentido que apresentamos a<br />

Democracia deliberativa de Jürgen Habermas como elemento convergente para engendrar esta<br />

possibilidade no âmbito da política. Este movimento de Aproximação de Habermas com<br />

Rousseau implica à possibilidade de refletir temas fundamentais e trazer para a<br />

contemporaneidade este diálogo sob o foco da sua teoria da intersubjetividade cuja virada<br />

linguística o linguist turn é o elemento central de um sistema de comunicação que permite pensar<br />

uma nova ética na política para Habermas e reavaliar o legado de Rousseau sob o foco dos direitos<br />

humanos e da soberania popular e neste ponto Habermas aponta uma possibilidade de diálogo<br />

que permite pensar o aspecto público e o que este representa no âmbito da noção de legitimidade,<br />

enquanto mediação entre facticidade e validade dos costumes. A democracia deliberativa de<br />

Habermas, contudo, considera que já não são possíveis as condições para uma democracia direta<br />

como a imaginada pelo que ele define como republicanismo e considera necessário relacionar a<br />

soberania popular com as condições modernas do fato do pluralismo, do multiculturalismo e da<br />

complexidade social. A democracia deliberativa é a tentativa de síntese entre o liberalismo e o<br />

republicanismo, entre a liberdade dos antigos e a liberdade dos modernos, entre a liberdade<br />

positiva e a negativa, porque pretende conciliar a soberania popular, a autodeterminação dos<br />

cidadãos e a democracia, dentro das condições em que estas são possíveis nas sociedades<br />

modernas, com os direitos humanos, a liberdade subjetiva de ação e o estado de direito.<br />

Palavras-chave: Habermas, Democracia, liberalismo, Direitos Humanos e soberania popular.

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