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I Congresso Internacional Rousseau x Kant – UFMA Página | 45<br />
III Congresso Nacional Jean-Jacques Rousseau – UFMA: estética e representação<br />
I Congresso Kant – UFMA: liberdade, justiça e dignidade<br />
A HERMENÊUTICA COMO CRÍTICA À NOÇÃO <strong>DE</strong> CONSCIÊNCIA<br />
MO<strong>DE</strong>RNA: Gadamer leitor de Kant<br />
Almir Ferreira da Silva Junior<br />
Universidade Federal do Maranhão<br />
alferjun@uol.com.br<br />
RESUMO: Em seu intento de apresentar os traços fundamentais de uma hermenêutica<br />
filosófica, Verdade e método sustenta, de modo evidente, uma reflexão crítica dirigida à<br />
constituição do saber moderno como condição de possibilidade não apenas para<br />
problematizar o caráter de cientificidade das ciências humanas, mas como critério<br />
decisivo para repensar filosoficamente as experiências que integram o mundo da vida,<br />
dentre elas o domínio do estético, do belo e da arte. Nesse propósito, a hermenêutica<br />
filosófica gadameriana articula um diálogo fértil com a Aufklärung alemã e, de modo<br />
significativo, com o Criticismo Kantiano, cujos fundamentos transcendentais foram<br />
decisivos para demarcar os limites do conhecimento verdadeiro, bem como do<br />
contraponto entre as ciências naturais e ciências humanas. A presente comunicação tem<br />
como propósito discutir o diálogo entre Gadamer e Kant na especificidade da leitura<br />
crítio-hermenêutica dirigida à subjetivação da estética pelo Criticismo kantiano, dando<br />
destaque a “crítica da abstração da consciência estética”. Do ponto de vista hermenêuticofilosófico<br />
como compreendermos a formulação teórico-filosófica kantiana da<br />
subjetivação da estética como uma atitude complementar do cientificismo moderno?<br />
Toma-se como referência a obra Verdade e método, de Hans Georg-Gadamer e,<br />
sobretudo, sua discussão acerca da ressignificação da verdade a partir da experiência da<br />
arte. Ressalta-se que um dos estímulos decisivos da hermenêutica gadameriana privilegiar<br />
o problema da verdade da arte, como uma experiência paradigmática para a compreensão,<br />
advém do desafio imposto pela diretriz subjetiva do pensamento kantiano que limita o<br />
fenômeno da compreensão conceitual às regras da razão pura, desautorizando às demais<br />
experiências humanas o testemunho da verdade, inclusive experiência estética. Em suas<br />
reflexões sobre o juízo do gosto, para Gadamer, Kant, ao legitimar a generalidade<br />
subjetiva do gosto estético, justificando-a transcendentalmente, funda o caráter de<br />
autonomia da consciência estética.<br />
Palavras-chave: Gadamer, consciência, estética, Kant, verdade.