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I Congresso Internacional Rousseau x Kant – UFMA Página | 164<br />
III Congresso Nacional Jean-Jacques Rousseau – UFMA: estética e representação<br />
I Congresso Kant – UFMA: liberdade, justiça e dignidade<br />
SOBRE A ATUALIDA<strong>DE</strong> DA CONCEPÇÃO <strong>DE</strong> EDUCAÇÃO NO SÉCULO<br />
XVIII<br />
Custódia A. A. Martins<br />
Doutora em Educação área de especialidade Filosofia da Educação<br />
Instituto de Educação da Universidade do Minho (Professora Auxiliar)<br />
custodiam@ie.uminho.pt<br />
RESUMO: Esta proposta de comunicação tem por objetivo refletir sobre o pensamento<br />
educativo do século XVIII, presente em textos de diferentes autores, avaliando a sua<br />
pertinência em contexto e prática educativa contemporâneas. Pretendendo-se analisar de<br />
forma critica as ideias filosófico-educativas dos referidos autores, tomar-se-á consciência<br />
que, sendo a cultura europeia actual herdeira de uma longa tradição intelectual que se<br />
estende desde a Antiguidade até ao período Moderno, passando pela Idade Média e pelo<br />
Renascimento, sê-lo-á também, de forma especialmente acutilante, do pensamento<br />
Iluminista do século XVIII. É inevitável encontrar diferentes caminhos para a<br />
interpretação dessa herança oitocentista, sendo certo que “(…) não se devem estudar as<br />
ideias como se estas houvessem mantido, na respectiva evolução, a pureza original; (…).<br />
Tudo o que as épocas sucessivas deixam atrás de si são estaleiros abandonados (…)”<br />
(Hazard, 1989:8). É precisamente a questão da interpretação que se mostra pertinente,<br />
determinando em cada momento analítico a verdade objetiva dos fatos. Contudo, o<br />
número de verdades encontradas corresponde ao mesmo número de interpretações feitas<br />
pelo pensamento dominante em cada época. Coloca-se então a questão: o que é a<br />
educação? É num movimento holístico e sob a égide da luz da razão que cada um dos<br />
autores mencionados pretende responder a esta pergunta. O estudo da humanidade<br />
encerra em si o movimento que explica a degradação a que o Homem foi sendo sujeito<br />
ao longo da história. Será, pois, neste contexto, que os referidos autores, em consonância<br />
com o espírito da época, propuseram um novo modo de olhar para o Homem, para a<br />
sociedade e para as relações entre os diferentes agentes que formam a cidade dos homens.<br />
Questões como o direito, a moral, a política tornar-se-iam centrais. A história das ideias<br />
é o terreno que sustenta as questões que entendemos ser perenes, e nessas ideias há uma<br />
que chama a si toda a atenção, e que tem a ver precisamente com o modo como deve ser<br />
entendida a educação: Qual a sua finalidade? É a educação o mesmo que a política? Se a<br />
resposta for afirmativa resta perguntar: que consequências extrair daí? Se a resposta for<br />
negativa, deve-se perguntar: qual a relação entre a educação e os homens que vivem em<br />
sociedade? Os textos que serão mencionados não nos fecham portas, nem contêm