CADERNO DE RESUMOS

I Congresso Internacional Rousseau x Kant – UFMA Página | 160
III Congresso Nacional Jean-Jacques Rousseau – UFMA: estética e representação
I Congresso Kant – UFMA: liberdade, justiça e dignidade
ROUSSEAU: os limites da representação em A Nova Heloísa
Maria de Jesus Gonçalves Dominici
Discente do PROF-FILO/UFMA
marydominici20@hotmail.com
Orientador: Prof. Dr. Luciano da Silva Façanha
RESUMO: Em A Nova Heloisa, ao falar sobre a sociedade parisiense na entrelinha da
obra, Rousseau levanta inúmeras críticas a representatividade e a mesquinhez desse povo,
pois, corrompidos pelo luxo e inclinados à soberba, presam pelo mascaramento de suas
identidades. A opinião da alta sociedade é o que predomina, e os que fazem parte dela
devem seguir seus costumes, é preciso ao encontrar-se, perder-se, pois, ao fazer parte de
uma comunidade, deve-se agradar e, por vezes, mostrar-se igual a todos mesmo sendo
diferente. Uma vez colocada como característica teatral da sociedade francesa, a
representação limita o aparecimento dos verdadeiros sentimentos e caráter de um povo,
próprio de uma sociedade já corrompida pelo desejo de possuir o que não lhe convém e
de mostrar o que não se é. O vínculo entre os homens da sociedade corrompida visa à
estima de um perante o outro e a virtude não existe nesta relação, indo por este caminho,
a sociedade se perde e, pelo mesmo motivo que se formou, degenera; a união entre os
homens favorece tanto a fraternidade quanto a discórdia. A estima pública, o olhar do
outro e a opinião ocasiona a cisão entre ser e parecer, uma vez que incitam os homens a
desejar o que não lhes convém, a adotarem princípios ditados pela opinião pública mesmo
contra sua vontade. É essa separação entre o que se é e o que se mostra ser, o indicio
teatral de uma sociedade mascarada pelos vícios do fausto.
Palavras-chave: Representatividade, Mascaramento, Estima Pública, Sociedade,
Romance.