13.09.2019 Views

edição de 16 de setembro de 2019

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>de</strong> FrenTe com o presi<strong>de</strong>nTe<br />

“Temos <strong>de</strong><br />

voltar a valorizar<br />

os criativos”<br />

Quando o assunto é criativida<strong>de</strong>, Sergio<br />

Gordilho já figurou por diversas vezes<br />

entre os melhores profissionais em listas<br />

nacionais e internacionais. O copresi<strong>de</strong>nte<br />

e CCO da agência Africa, que atualmente faz parte do<br />

Grupo Omnicom, é responsável pela comunicação<br />

<strong>de</strong> algumas das principais marcas do país como<br />

Itaú, Natura, Vivo e Budweiser, entre outras. Nesta<br />

entrevista, o executivo, que completa 25 anos <strong>de</strong><br />

carreira, faz um balanço sobre a trajetória <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />

anos na função <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte - cargo que divi<strong>de</strong><br />

com Marcio Santoro -, fala sobre a busca por novos<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios e comenta que o mercado<br />

precisa voltar a colocar a criativida<strong>de</strong> como polo<br />

central e principal nas agências.<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

Uma década <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />

É uma vida inteira, né? Quando<br />

assumi a presidência há <strong>de</strong>z anos,<br />

ao lado <strong>de</strong> Marcio Santoro, era<br />

um outro mercado e as questões<br />

eram diferentes. Neste período,<br />

a indústria <strong>de</strong> comunicação passou,<br />

e vem passando, por muitas<br />

mudanças. É uma revolução humana,<br />

na forma <strong>de</strong> interagir, em<br />

enten<strong>de</strong>r o digital, as re<strong>de</strong>s sociais<br />

e que não somos uma indústria<br />

<strong>de</strong> comunicação e, sim, <strong>de</strong><br />

tecnologia que faz comunicação.<br />

É uma outra abordagem. Então,<br />

todo esse processo foi uma gran<strong>de</strong><br />

experiência para a gente. Um<br />

outro lado que é superimportante<br />

é que somos adaptáveis e isso<br />

<strong>de</strong>ixa a publicida<strong>de</strong> mais forte.<br />

execUTivo x criaTivo<br />

Sou diretor <strong>de</strong> arte. Não esqueço<br />

disso sempre que chego<br />

na agência. Foco que sou um<br />

cara <strong>de</strong> criação. A função <strong>de</strong><br />

copresi<strong>de</strong>nte me <strong>de</strong>u o entendimento<br />

<strong>de</strong> que tenho <strong>de</strong> criar<br />

gran<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ias que gerem valor,<br />

engajem as pessoas e não disputem<br />

com insights <strong>de</strong> outras<br />

marcas, mas, sim, com a atenção<br />

do consumidor.<br />

valorização<br />

Focamos em buscar o novo e<br />

esquecemos o bom. Somos ge-<br />

radores <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que engajam,<br />

conectam e criam valor. Acredito<br />

que começamos a esquecer<br />

isso e não colocar a criativida<strong>de</strong><br />

como polo central e<br />

principal nas nossas agências.<br />

Hoje, há gran<strong>de</strong>s criativos em<br />

segundo plano, que não possuem<br />

voz <strong>de</strong> ação. Isso faz com<br />

que as agências não façam diferença<br />

alguma para as marcas<br />

com as quais trabalham. Então,<br />

vejo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter<br />

mais criativos assumindo postos<br />

<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança. No passado,<br />

as agências eram mais fortes,<br />

do ponto <strong>de</strong> vista da indústria,<br />

quando tinham mais criativos<br />

li<strong>de</strong>rando. O mercado evoluiu,<br />

não há mais espaço para<br />

uma pessoa só, então, talvez,<br />

a copresidência seja a melhor<br />

opção. Temos <strong>de</strong> voltar a valorizar<br />

os criativos para que eles<br />

assumam este papel.<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios<br />

Temos <strong>de</strong> procurar novos<br />

mo<strong>de</strong>los todos os dias. O negócio<br />

está aí e nunca vai <strong>de</strong>ixar<br />

<strong>de</strong> estar. A questão é em que<br />

mo<strong>de</strong>lo vamos atuar. A Africa<br />

sempre teve como princípio estar<br />

aberta a enten<strong>de</strong>r os mo<strong>de</strong>los<br />

e criar os próprios focados<br />

em três coisas que são muito<br />

fortes <strong>de</strong>ntro da agência. Primeiro,<br />

a ambição, pois temos<br />

<strong>de</strong> ser ambiciosos do ponto <strong>de</strong><br />

Sergio Gordilho: “Temos o compromisso com a mudança”<br />

“No passado, as<br />

agêNcias eram<br />

mais fortes, do<br />

poNto <strong>de</strong> vista<br />

da iNdústria,<br />

quaNdo tiNham<br />

mais criativos<br />

li<strong>de</strong>raNdo”<br />

vista criativo. Queremos que as<br />

nossas i<strong>de</strong>ias ganhem o mundo.<br />

O segundo, que é muito<br />

forte, é ser adaptável. A Africa<br />

está mudando o tempo todo. As<br />

pessoas até dizem que a Africa<br />

muda muito, mas essa não é a<br />

questão, pois temos <strong>de</strong> evoluir.<br />

E a terceira é a luta pela excelência<br />

criativa. Criamos toda<br />

essa questão da marca, conceito,<br />

semiótica, então, a Africa<br />

sempre luta por essa excelência<br />

criativa. Essas três características<br />

fazem a cultura africana.<br />

Tendência<br />

Acredito que temos várias<br />

tendências, mas a principal é<br />

voltar a ser mais humano. Com<br />

toda essa tecnologia, precisamos<br />

criar um ambiente para isso<br />

e, assim, enten<strong>de</strong>r melhor os<br />

Divulgação<br />

comportamentos e as relações.<br />

Precisamos ser mais craft. Nunca<br />

um diretor <strong>de</strong> arte, que sabe<br />

<strong>de</strong>senhar e montar, foi tão valorizado<br />

nas agências. Hoje é uma<br />

espécie rara. Precisamos voltar<br />

a enten<strong>de</strong>r que comunicação é<br />

entre pessoas. Algumas pessoas<br />

dizem que a publicida<strong>de</strong> per<strong>de</strong>u<br />

a força, mas digo que não, estamos<br />

vivendo o melhor momento.<br />

Tenho 25 anos <strong>de</strong> carreira e<br />

afirmo que este é o melhor momento<br />

da indústria. É on<strong>de</strong> tudo<br />

é possível, contanto que você<br />

saiba o que está fazendo.<br />

FUTUro<br />

Hoje fazemos parte do grupo<br />

Omnicom e isso abriu para<br />

a agência algumas possibilida<strong>de</strong>s.<br />

Mas é importante dizer<br />

que tanto eu, como o Marcio,<br />

não temos intenção <strong>de</strong> sair do<br />

país. Somos brasileiros e vemos<br />

uma importância imensa<br />

<strong>de</strong> estar aqui com os 220 milhões<br />

<strong>de</strong> habitantes que falam<br />

a nossa língua. Apesar <strong>de</strong> todas<br />

as diferenças que vivemos, sabemos<br />

muito bem que, se não<br />

as abraçarmos, não faremos a<br />

diferença na indústria. Fazer<br />

campanhas que engajem, tragam<br />

construção <strong>de</strong> marca e as<br />

levem para outros movimentos<br />

é o que a Africa está tentando<br />

fazer. Temos o compromisso<br />

com a mudança.<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 17

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!