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pela falta de estudo. E sempre trazia à tona todo o sacrifício que ele fazia
para pagar um bom colégio e o filho não se esforçava para retribuir com boas
notas.
O pai já havia visto meu vídeo quando recebeu não uma nota ruim, mas
um boletim todo abaixo da média. Segundo o que ele relatou em seu
depoimento, quando viu as notas vermelhas, ele começou a imaginar o pior: o
filho sendo reprovado, indo para um colégio mais fraco, não tendo sucesso na
vida etc. Tomado por um misto de raiva e decepção, ele começou a repetir
mentalmente: “Onde foca expande, onde foca expande”; e depois veio a outra
frase clássica do foco: “não é o que me acontece o que mais importa, e sim o
que eu faço com o que me acontece”.
Depois de seu autoconvencimento, ele olhou para o filho com serenidade e
disse: “filho eu quero que você saiba que estou do seu lado. Não importa o que
aconteça, sempre te amarei”. Ao ver a forma nada explosiva, amorosa e sincera
do pai, o filho perguntou, preocupado: “Pai, você está bem? Tá tudo bem com a
mamãe?” E o pai prontamente respondeu. “Sim estamos bem.” O filho foi
fazendo mais cara de medo e perguntou: “Vocês estão se separando?” “Não filho
de jeito nenhum”. Sem entender o comportamento do pai, o filho perguntou: “E
você não vai se zangar, brigar, gritar e me proibir de nada?” “Não filho desta
vez não. Eu quero dizer que eu faço parte das suas notas. E que eu confio em
você e te admiro. Sei de todo o seu potencial e também sei que você é muito
mais do que suas notas. E se você perder o ano, e não puder mais estar com
seus amigos nesse colégio, eu quero dizer que pode contar comigo”. E ele
finalizou dizendo: “eu te amo filho.” O filho pela primeira vez mostrou remorso
e chorou abraçado a seu pai, e também foi a primeira vez que aquele menino
pediu desculpas a seu pai.
De fato o pai entendeu que as notas ruins do filho eram apenas 10%. E
que também era um sintoma de que algo estava errado na relação. Ele se
questionou: “Como um menino tão inteligente tira notas tão ruins?” E de forma
ainda mais profunda ele tirou o foco do filho e de suas notas baixas e trouxe-o
para si. Ele mudou como pai, tornando-se mais carinhoso, criando um canal de
diálogo que há muito estava perdido. Passou a passear e estar junto com o filho
sempre que possível. Ele também reviu o seu casamento e tudo o que ele podia
mudar com a esposa. O resultado de tudo isso não demorou para começar a
aparecer. Já na primeira nota o filho veio com uma cara de medo e a prova
na mão. Ao se aproximar do pai, mostrou primeiro um sorriso de orgulho e
alegria e depois mostrou a nota 9. Os dois se abraçaram e se beijaram e
arriscaria a dizer que “viveram felizes para sempre”. Porque é isso o que
acontece quando pomos o foco no lugar certo e nas coisas certas.