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curso natural das águas. A abundância é a natureza de Deus e,
consequentemente, a natureza humana. Se, porém, você não está vivendo
essa abundância e plenitude é porque existe uma barragem, um desvio,
que impede o fluir dessa natureza abundante para você. E, por incrível
que pareça, somos nós que, através de comportamentos, muitas vezes
“inocentes e despretensiosos”, criamos verdadeiras barragens e desvios de
todo o bem que deveria chegar até nós. Na prática, bastaria não
atrapalhar para que as coisas boas viessem até nós. A boa notícia que
trago aqui é que, além de não atrapalhar, podemos também usar essa
força gigantesca para acelerar esse fluir de coisas boas em nossa vida. O
nome que daremos a essa força é historinhas.
Historinhas são estruturas linguísticas, verbais e mentais que validam,
explicam e justificam nossos fracassos, nossas falhas e nossos insucessos.
Uma maneira às vezes sutil e outras vezes explícita de não nos
responsabilizarmos por resultados, ações e comportamentos que não deram
certo em nossa vida. Como é cômodo ou menos oneroso ser demitido e
ter toda uma historinha ensaiada para explicar, ou melhor, justificar o
porquê do ocorrido. Como é mais fácil e mais confortável encarar o
diretor do colégio do filho que acaba de ser expulso e contar a historinha
de que criou os dois filhos da mesma maneira e só um é problemático.
Aparentemente, as historinhas trazem conforto, mas na realidade elas
causam duas consequências devastadoras na vida das pessoas. A primeira,
é que elas atacam a autorresponsabilidade (conceito que vamos explicar
melhor no Capítulo 3), ou seja, elas tiram a autonomia de seu autor,
deixando-o como refém da situação. No caso do pai diante do diretor, a
historinha o coloca como vítima impotente da situação, como se não
tivesse o que fazer. Afinal, o outro filho nunca teve problemas na escola,
e os dois foram criados da mesma maneira. E a segunda consequência é
o fato de essa historinha ser interpretada como verdade pelo cérebro. E
quanto mais vezes for contada e com mais intensidade emocional for
dita, mais presa dentro dela a pessoa ficará. O cérebro não escolhe no
que acreditar, assim, o que você mais comunicar, mais verdadeiro será.
Nesse caso, esse filho será de fato a ovelha negra da família, o meninoproblema
provavelmente sem solução. Quantas historinhas temos contado
para justificar nossos fracassos? Quantas historinhas temos criado e
contado para justificar ou explicar nossa permanência no grande tonel da
zona de conforto?
É comum acreditarmos que historinhas são mentirinhas ou disfarces
simples para algo do qual queremos fugir ou sobre a qual não queremos
reconhecer nossa responsabilidade. Na verdade, existem três categorias de
historinhas: mentiras e exageros, verdades e, por fim, brincadeiras. As