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do que a sua obrigação?” ou então “Se elogiar, estraga”. Uma vez,
cheguei em casa com um feito inédito: uma nota 10 na prova de
Matemática. Todo orgulhoso e buscando aprovação corri até meu pai
com a prova na mão e quando eu lhe mostrei a nota, ele respondeu sem
dar muita importância: “Não fez mais do que sua obrigação, afinal você
é estudante profissional”. Aquela fala entrou fundo e me machucou
bastante. Afinal, eu tinha me esforçado muito para agradar meus pais e
simplesmente não funcionou.
Hoje, sei que a intenção era boa, pois ele acreditava que, se
mostrasse que aquilo era minha obrigação, talvez eu adotasse um
comportamento mais focado em relação aos estudos e me dedicasse
mais. Contudo, com o avanço da ciência da alta performance humana,
com mapeamento cerebral através da ressonância magnética funcional,
Psicologia Positiva e o coaching, sabe-se que, quando se trata de
desempenho humano, justamente se dá o contrário: primeiro se elogia
para depois ter um ótimo desempenho. Enquanto um líder tradicional
espera o seu funcionário fazer algo bem-feito para depois elogiar com um
feedback positivo, o líder empresarial de altíssima performance primeiro
elogia e como consequência seu subordinado tem uma performance bem
melhor. Diferentemente de um pai desavisado, os pais que sabem obter a
melhor performance de seus filhos usam a métrica moderna: elogiam
antes e, depois, como consequência, veem um ótimo desempenho.
Essa nova métrica faz parte de um trabalho científico intitulado
Linha de Losada, que leva o nome do seu criador, o psicólogo Marcial
Losada. Esse cientista chileno realizou experimentos matemáticos, nos
quais pessoas de altíssimo desempenho nas relações humanas elogiam ou
se conectam com outras seguindo uma proporção entre interações
positivas e interações negativas. Contudo, segundo Losada, não basta
elogiar ou se conectar positivamente com as outras pessoas para obter o
melhor da relação, é necessário seguir um modelo matemático. Após
inúmeras simulações, achou-se uma proporcionalidade entre interações
positivas e interações negativas para que se mantenha qualquer relação
humana com o mínimo de qualidade. A proporção mínima necessária são
três interações positivas com aquela pessoa para uma interação negativa.
Essas interações positivas podem ser qualquer tipo de comunicação verbal
ou não verbal, indo desde um elogio formal, um tapinha nas costas, um
sorriso, até gestos positivos ou cartas. O importante é que essa
comunicação positiva seja reconhecida por quem a recebeu como de fato
positiva. Já a interação negativa vai desde uma reprimenda verbal, um
feedback mais duro, um gesto crítico, um olhar decepcionado até a
indiferença.