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O Poder da Acao - Paulo Vieira

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quantidade de MDEs que vaguearão no seu corpo e influenciarão sua

vida.

O que acontece com o uso de drogas também acontece com o uso

repetido da mesma MDE: os receptores começam a esperar – e mesmo

ansiar – por aquela química específica. Ou seja, o corpo fica dependente

daquela comunicação que produz aquela química. E, acredite, seu

comportamento e sua atitude serão alterados para obter a química do

vício a qualquer custo.

Um amigo que hoje mora na Nova Zelândia me mandou um e-mail

no qual dizia que achava que ia morrer naquele ano. Imediatamente

liguei para ele para saber o que estava acontecendo e como ajudá-lo. Na

conversa, ele me confidenciou: “Estou viciado”. Para mim aquilo soava

muito estranho, pois ele sempre foi atleta e nunca bebeu nem fumou.

“Como assim?”, perguntei. Ao que ele respondeu: “Você sabe que no

Brasil eu era paraquedista, e que aqui na Nova Zelândia eu também faço

base jumping”. Ele continuou: “Até aí tudo bem, a questão é que no base

jumping o objetivo é ficar em queda livre o maior tempo possível e abrir

o paraquedas o mais perto do chão que puder. E quanto mais perto do

chão mais adrenalina. Já bati seis vezes meu recorde este ano”. Foi

quando ele começou a chorar: “Perdi meus dois melhores amigos nesse

esporte e acho que sou o próximo”. Sem compreender, eu disse: “Ué,

basta liberar o paraquedas longe do chão”. Ainda abalado ele disse: “Você

não está entendendo, estou viciado em adrenalina e em perigo. Eu não

consigo abrir minha mão e soltar o paraquedas até que eu tenha a carga

de adrenalina de que preciso. É vício. Foi assim que a Jeny e o Mark

morreram.”

Começamos a fazer Coaching Integral Sistêmico a distância, e no

processo ele decidiu ter seu primeiro filho. No dia em que o bebê

nasceu, ele largou o esporte. Depois me contou que algo dentro dele

havia mudado a ponto de conseguir evitar o esporte. E hoje ele fala para

todos que toda a ocitocina, hormônio do amor, produzido em seu corpo

com o nascimento do filho salvou sua vida.

Da mesma maneira que ele era viciado em adrenalina e precisava de

esportes radicais para se saciar, existem pessoas viciadas em confusão,

que precisam de problemas e discussões para se “embriagar” com as

MDEs do seu vício. Outros precisam de MDEs de vitimização, e para

isso criam inconscientemente situações de autossabotagem. O fato é que,

em menor ou maior escala, todos somos viciados em algo. A questão é

saber em que nos apoiamos e como quebrar esse ciclo prejudicial.

A seguir, faço uma relação dos principais vícios emocionais que tenho

encontrado nestes quase vinte anos de profissão. E, como sabemos, cada

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