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O Poder da Acao - Paulo Vieira

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aplicar intensidade emocional, deverá também fazer cada exercício pelo

menos 5 vezes ao longo do dia com 20 a 30 repetições cada vez.

SOBRE O ESTRESSE

A Neurociência, diferentemente de outras atuações acadêmicas, não

tem rédeas nem limites. E continua lançando teses multidirecionais e

possibilidades que vão de encontro às certezas e às verdades

inquestionáveis de ontem. No artigo, “Depressão e estresse” em seu site,

o doutor Drauzio Varela apresenta uma discussão da revista Science sobre

o conjunto de ideias mais aceitas atualmente para explicar a depressão: a

hipótese do estresse.

Segundo essa hipótese, em resposta aos estímulos agressivos do

ambien​te, o hipotálamo produz um hormônio (CRF) para convencer a

hipófise a mandar ordem para as suprarrenais produzirem cortisol e outros

derivados da cortisona que cumprem seu papel gerando atenção e

cuidados extras.

Diversos trabalhos experimentais mostraram que esses hormônios do

estresse (cortisol e seus derivados) prejudicam a saúde dos neurônios,

porque modificam a composição química do meio em que essas células

exercem suas funções. A persistência do estresse, e consequentemente do

cortisol, altera de tal forma a arquitetura dos circuitos neuronais que

chega a modificar a própria anatomia cerebral. Por exemplo, provoca

redução das dimensões do hipocampo, estrutura envolvida na memória e

área fundamental para a ação das drogas antidepressivas. Algo que explica

o mal de Alzheimer e outras doenças neurais.

Pesquisadores da Universidade de Emory, em Atlanta, demonstraram

que a existência de períodos críticos na infância, como sofrer violência

física, abuso sexual, ausência de cuidados e carinhos maternos e outros

tipos de estresse emocional, pode conduzir à hipersecreção de CFR no

hipotálamo, com consequente liberação de cortisol pelas suprarrenais,

alterações essas associadas à depressão e a outras disfunções emocionais

na vida adulta. Ou seja, um vício de estresse trazido desde a infância

que moldará as emoções, o intelecto e os resultados dessas crianças

também na fase adulta. Os pesquisadores concluíram que “muitas das

alterações neurobioquímicas encontradas na depressão do adulto podem ser

explicadas pelo estresse ocorrido em fases precoces da infância”.

Abordarei esse assunto com mais profundidade no Capítulo VII, sobre

crenças, quando chamarei sua atenção para a qualidade e a intensidade

de sua comunicação com seus filhos. Trago o cuidado com a

comunicação direta, que está relacionada ao que você diz ou mostra

explícita e diretamente a eles. E também toda a comunicação indireta,

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