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aplicar intensidade emocional, deverá também fazer cada exercício pelo
menos 5 vezes ao longo do dia com 20 a 30 repetições cada vez.
SOBRE O ESTRESSE
A Neurociência, diferentemente de outras atuações acadêmicas, não
tem rédeas nem limites. E continua lançando teses multidirecionais e
possibilidades que vão de encontro às certezas e às verdades
inquestionáveis de ontem. No artigo, “Depressão e estresse” em seu site,
o doutor Drauzio Varela apresenta uma discussão da revista Science sobre
o conjunto de ideias mais aceitas atualmente para explicar a depressão: a
hipótese do estresse.
Segundo essa hipótese, em resposta aos estímulos agressivos do
ambiente, o hipotálamo produz um hormônio (CRF) para convencer a
hipófise a mandar ordem para as suprarrenais produzirem cortisol e outros
derivados da cortisona que cumprem seu papel gerando atenção e
cuidados extras.
Diversos trabalhos experimentais mostraram que esses hormônios do
estresse (cortisol e seus derivados) prejudicam a saúde dos neurônios,
porque modificam a composição química do meio em que essas células
exercem suas funções. A persistência do estresse, e consequentemente do
cortisol, altera de tal forma a arquitetura dos circuitos neuronais que
chega a modificar a própria anatomia cerebral. Por exemplo, provoca
redução das dimensões do hipocampo, estrutura envolvida na memória e
área fundamental para a ação das drogas antidepressivas. Algo que explica
o mal de Alzheimer e outras doenças neurais.
Pesquisadores da Universidade de Emory, em Atlanta, demonstraram
que a existência de períodos críticos na infância, como sofrer violência
física, abuso sexual, ausência de cuidados e carinhos maternos e outros
tipos de estresse emocional, pode conduzir à hipersecreção de CFR no
hipotálamo, com consequente liberação de cortisol pelas suprarrenais,
alterações essas associadas à depressão e a outras disfunções emocionais
na vida adulta. Ou seja, um vício de estresse trazido desde a infância
que moldará as emoções, o intelecto e os resultados dessas crianças
também na fase adulta. Os pesquisadores concluíram que “muitas das
alterações neurobioquímicas encontradas na depressão do adulto podem ser
explicadas pelo estresse ocorrido em fases precoces da infância”.
Abordarei esse assunto com mais profundidade no Capítulo VII, sobre
crenças, quando chamarei sua atenção para a qualidade e a intensidade
de sua comunicação com seus filhos. Trago o cuidado com a
comunicação direta, que está relacionada ao que você diz ou mostra
explícita e diretamente a eles. E também toda a comunicação indireta,