Democracia y ciuDaDanía - Political Database of the Americas

Segurança cidadã no Brasil. Experiências em curso em Belo HorizonteDescrição dos impactos do Programa através das entrevistascom gestores locais e grupos focais com diferentes membrosda comunidade com ênfase no incremento à participação eredução da insegurança e do medoA participação da comunidade no Programa ocorreu desde o iníciodas primeiras discussões junto à Regional Oeste da Prefeitura de BeloHorizonte para sua implementação no Aglomerado Morro das Pedras.A mobilização das lideranças comunitárias foi possível através de umalista de presidentes de associações comunitárias então organizada pelaSecretaria de Assistência Social da Regional Oeste. A partir desta lista, oslíderes comunitários passaram a ser contatados e comunicados da ocorrênciadas reuniões para discussão do diagnóstico sócio-demográfico decriminalidade da região, e de possíveis estratégias para reversão do quadrode violência local, etapas preliminares do processo de implementaçãodo Programa. Muitos também realizaram o Curso sobre Resoluçãode Problemas oferecido pelo CRISP/UFMG.Já neste momento algumas dificuldades dos gestores públicos nas relaçõescom as lideranças comunitárias ficaram evidentes. A primeira dizrespeito a uma grande desconfiança por parte das lideranças quanto aoalcance, a natureza e a sustentabilidade das medidas que estavam sendodesenhadas para enfrentar o problema da violência no aglomeradoMorro das Pedras. O alcance dizia respeito à capacidade do Programade enfrentar o que avaliavam ser as principais causas da violência local.No entender destas lideranças, ela está fortemente enraizada na pobreza,na desagregação das famílias e na falta de alternativas de lazer e trabalhopara os jovens. No que diz respeito à natureza das medidas, o receio erade que as ações se reduzissem a medidas de natureza policial e repressivajá que esta dimensão do Programa estava sendo bastante enfatizada naquelemomento. Quanto à sustentabilidade, o grande temor era que oPrograma não durasse tempo suficiente para apresentar resultados e quea energia, o tempo e a esperança que estavam sendo depositados pela comunidadefossem em vão. Segundo os líderes comunitários, vários projetosforam iniciados na comunidade por agentes externos, públicos e deONGs, e não foram finalizados ou foram mal sucedidos. A fala das liderançasneste sentido refletia imensa desconfiança, pois a expectativa dosagentes externos era de que as lideranças mobilizassem com sua credibilidadee legitimidade a população avalizando os programas, garantindo| 67 |