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Revista Sinais Sociais N12 pdf - Sesc

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entre 2001 e 2005. Foram as variáveis explicativas que apresentaram<br />

os maiores coefi cientes de variação no período, ambos próximos a 2.<br />

Como era coerente esperar, gastos em educação e cultura superam o<br />

dispêndio público em segurança, todavia, apresentam maior discrepância<br />

de montante investido entre os estados da União. O estado que<br />

menos investiu em segurança pública, ao longo do período, foi o Piauí,<br />

que em 2004 despendeu 20 mil e 800 reais por 100 mil habitantes. Sergipe,<br />

nesse mesmo ano, apresentou os gastos mínimos com educação e<br />

cultura (cerca de R$ 670 mil para cada 100 mil habitantes).<br />

A estatística da variável relativa à vulnerabilidade juvenil indica um<br />

quadro preocupante. Na média, 26% dos jovens brasileiros, entre 7 e<br />

22 anos de idade, não são assíduos à escola e, de alguma forma, podem<br />

ser considerados ociosos 13 . No que entendemos como uma face<br />

da ociosidade, as taxas de abstenção escolar não variam muito entre<br />

o ponto máximo e mínimo, com coefi ciente de variação próximo de<br />

zero e com medidas de média e mediana muito semelhantes. Os jovens<br />

em idade escolar do Espírito Santo foram os que mais se abstiveram<br />

das salas de aula entre 2001 e 2005, alcançando o nível de 32%.<br />

Na Tabela 6, exibimos as correlações simples entre as variáveis dependente<br />

e independente dos modelos a serem estimados proximamente.<br />

A ociosidade escolar mostra-se positivamente relacionada com<br />

as duas variáveis de crime. Ponto importante a se destacar é a relação<br />

positiva entre crimes associados a uso, porte e consumo de drogas e a<br />

ocorrência de homicídios entre jovens de 15 a 29 anos. Aliás, quase<br />

todas as variáveis explicativas relacionam-se, com sinais dentro do esperado,<br />

com as taxas de homicídio juvenil.<br />

Interessante notar a forte correlação entre a renda per capita familiar<br />

e os delitos associados às drogas ilícitas, perfeitamente como aguardado.<br />

Da mesma maneira, relaciona-se urbanização com as taxas de<br />

crime. Divergentes, alguns sinais fogem completamente ao que esperávamos<br />

com base na teoria econômica. Por exemplo, a correlação<br />

negativa entre a juventude masculina e as taxas de crime. A relação<br />

direta entre gastos em educação e cultura com as taxas de criminalidade,<br />

embora inesperada em um primeiro momento, pode ser justi-<br />

13 Consideramos, aqui, ausência escolar apenas como uma das faces da ociosidade,<br />

uma vez que ociosidade, propriamente dita, refere-se ao fato de não<br />

estudar e não trabalhar concomitantemente.<br />

36 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.4 nº12 | p. 10-57 | JANEIRO > ABRIL 2010

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