Revista Sinais Sociais N12 pdf - Sesc
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INTRODUZINDO A PROBLEMÁTICA<br />
O cenário histórico-social atual parece ser caracterizado pelo movimento<br />
de um ambientalismo pró-ativo e outro, reativo. Enquanto o<br />
primeiro chega a estruturar ações junto ao Estado com vistas à redistribuição<br />
das condições de vida e justiça ambiental, o outro tende a<br />
buscar consequências imediatas não considerando as causas políticoeconômicas<br />
das distorções no que se refere ao uso ético dos recursos<br />
do meio ambiente (ARAÚJO, 2005, p. 195).<br />
O debate sobre as questões socioambientais da atualidade ocupa<br />
praticamente todos os fóruns públicos e privados de discussão no<br />
Brasil e no mundo. Em grande parte atrelado ao fenômeno mundial<br />
da globalização 1 , esse debate comporta uma ampla variedade de temas,<br />
dentre os mais comuns: mudanças climáticas, consumo, desigualdades<br />
sociais, água, energia(s), mercado de créditos de carbono<br />
etc. Entre perplexos e assustados, temos assistido a furacões 2 , terremotos,<br />
secas, enchentes e degelos atingirem populações humanas em<br />
escala mundial. Apesar de se tratar de fenômenos naturais, inúmeras<br />
pesquisas alertam que sua frequência e/ou intensidade podem estar<br />
relacionadas à degradação ambiental; contudo, até o início dos anos<br />
1 De acordo com Houaiss, Villar e Franco (2001), globalização, do ponto de<br />
vista sociológico, é um “processo pelo qual a vida social e cultural nos diversos<br />
países do mundo é cada vez mais afetada por infl uências internacionais em<br />
razão de injunções políticas e econômicas”; em termos de economia política,<br />
traduz-se por um “intercâmbio econômico e cultural entre diversos países,<br />
devido à informatização, ao desenvolvimento dos meios de comunicação e<br />
transporte, à ação neocolonialista de empresas transnacionais e à pressão política<br />
no sentido da abdicação de medidas protecionistas”; uma “espécie de<br />
mercado fi nanceiro mundial criado a partir da união dos mercados de diferentes<br />
países e da quebra das fronteiras entre os mercados” ou, ainda, a “integração<br />
cada vez maior das empresas transnacionais, num contexto mundial<br />
de livre-comércio e de diminuição da presença do Estado, em que empresas<br />
podem operar simultaneamente em muitos países diferentes e explorar em<br />
vantagem própria as variações nas condições locais”.<br />
2 Como o Katrina, que causou aproximadamente mil mortes diretas e gerou<br />
prejuízos de dois bilhões de dólares quando de sua passagem no ano de 2005,<br />
sendo um dos furacões mais destrutivos a atingir os Estados Unidos.<br />
60 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.4 nº12 | p. 58-89 | JANEIRO > ABRIL 2010