14.04.2013 Views

Revista Sinais Sociais N12 pdf - Sesc

Revista Sinais Sociais N12 pdf - Sesc

Revista Sinais Sociais N12 pdf - Sesc

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

gados, principalmente, por representantes de ONGs ambientalistas,<br />

setores do empresariado, professores e pesquisadores. Porém, uma refl<br />

exão sobre os atores da “sociedade civil” envolvidos, direta e indiretamente,<br />

nas disputas relacionadas à hegemonia de concepções sobre<br />

a problemática socioambiental (e, também, à distribuição de verbas e<br />

cargos nos órgãos públicos e privados de EA) levanta um questionamento<br />

digno de nota: o que, afi nal, cabe nesse imenso guarda-chuva<br />

a que costumamos chamar de sociedade civil?<br />

De acordo com Meschkat (1999), é quase impossível, hoje em dia,<br />

ouvir-se um discurso sobre problemas políticos, seja em uma conferência<br />

de um cientista erudito, seja na apresentação de uma ONG,<br />

sem que se mencione, várias vezes, a expressão sociedade civil – não<br />

importando se essa ONG, que reclama sua contribuição para a sociedade<br />

civil, depende totalmente de dinheiro estatal. Chama a atenção,<br />

também, que entidades com orientações políticas tão diferentes quanto<br />

o Banco Mundial e líderes cubanos utilizem igualmente o termo em<br />

suas publicações e discursos. O autor revela seu estranhamento diante<br />

do fato de que vozes de posições políticas diametralmente opostas<br />

possam empregar a mesma expressão sempre em um sentido positivo,<br />

e lembra que, em diversos contextos (como a resistência de indivíduos<br />

e grupos ao monopólio do poder na União Soviética e durante o período<br />

das ditaduras latino-americanas), o conceito de sociedade civil<br />

foi forjado na luta política.<br />

Por acreditar que a discussão sobre a problemática socioambiental<br />

está fortemente relacionada à concepção de Educação Ambiental e<br />

de sociedade civil, a partir das quais se olha para a questão, apresento,<br />

neste ensaio, as principais tendências teórico-metodológicas do<br />

campo da EA, bem como as matrizes teóricas relacionadas à ideia de<br />

sociedade civil. Assumo minha opção política pela EA crítica e pela<br />

matriz gramsciana de sociedade civil e discuto o potencial que ambas<br />

apresentam para o enfrentamento da questão socioambiental e seus<br />

desdobramentos no que se refere à Educação Ambiental.<br />

Ilustro minha discussão com exemplos de problemas ambientais<br />

provenientes de fragmentos de artigos e textos jornalísticos de “suplementos<br />

ambientais” dos dois principais jornais cariocas, buscando<br />

identifi car a perspectiva com a qual seus autores trabalham ao se referirem<br />

à ideia de sociedade civil, bem como as vertentes teórico-<br />

SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.4 nº12 | p. 58-89 | JANEIRO > ABRIL 2010<br />

67

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!