Revista Sinais Sociais N12 pdf - Sesc
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cilmente podem ajudar a superar a grave crise civilizacional em que se<br />
encontra mergulhada a humanidade. É necessário também dialogar –<br />
ou superar, numa perspectiva dialética – com as categorias de sociedade<br />
civil (no sentido gramsciano), classe e outras que, numa sociedade<br />
marcada por profundas desigualdades, nunca foram tão atuais. Penso,<br />
com Gramsci e outros teóricos marxistas, que as decisões em relação<br />
ao futuro do planeta não são tomadas apenas em espaços fechados<br />
por uma suposta “elite”: como cidadãos, temos diversas maneiras de<br />
participar, seja no âmbito da sociedade civil (como a participação em<br />
partidos, associações de bairros, grêmios e diretórios acadêmicos, movimentos<br />
sociais, igrejas, sindicatos etc.), seja em nossos espaços de<br />
trabalho, estudo e lazer. Escolhi para fechar este texto uma citação de<br />
outro autor que “denunciou a espoliação da natureza antes do nascimento<br />
de uma moderna consciência ecológica burguesa” (QUAINI,<br />
apud FOSTER, 2005, p. 23) e me ajudou a compreender a natureza<br />
do problema ambiental: Karl Marx.<br />
Não é a unidade da humanidade viva e ativa com as condições naturais,<br />
inorgânicas, da sua troca metabólica com a natureza, e daí a sua<br />
apropriação da natureza, que requer explicação ou é o resultado de<br />
um processo histórico, mas a separação 16 entre estas condições inorgânicas<br />
da existência humana e esta existência ativa, uma separação<br />
que só é completamente postulada na relação do trabalho assalariado<br />
com o capital (MARX, 1973, apud FOSTER, 2005).<br />
16 Grifos da autora.<br />
SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.4 nº12 | p. 58-89 | JANEIRO > ABRIL 2010<br />
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