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Revista Sinais Sociais N12 pdf - Sesc

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Na tentativa de minimizar as consequências desses problemas,<br />

alguns países, estados e municípios vêm, isoladamente, adotando<br />

medidas “em prol do meio ambiente”; contudo, é necessário atentar<br />

para o fato de que a questão ambiental não reúne cidadãos e<br />

cidadãs em torno de um objetivo comum: ao contrário, as soluções<br />

apresentadas podem apontar para direções diferentes, até mesmo<br />

opostas. Seria ingênuo acreditar que as medidas sugeridas poderiam<br />

contemplar, indistintamente, todos os países e, dentro destes, todos<br />

os setores da sociedade.<br />

Diversos são os enfoques dados à questão e a cada um de seus<br />

temas, dependendo da perspectiva social, política e epistemológica<br />

a partir da qual a análise se realiza. Por sua vez, essas fi liações dão<br />

diferentes contornos à complexa problemática enfrentada pelas sociedades<br />

atuais, trazendo novos problemas de pesquisa e levantando<br />

importantes questionamentos a respeito do modelo capitalista de sociedade,<br />

baseado na degradação, apropriação e mercantilização da<br />

natureza e da(s) cultura(s). Há um predomínio de propostas de enfrentamento<br />

dentro da perspectiva do “capitalismo verde” (que, em<br />

termos educativos, políticos e epistemológicos, pode ser associado a<br />

uma linha conservadora da Educação Ambiental). Essa concepção, de<br />

cunho eminentemente economicista, busca postergar, com medidas<br />

de combate ao desperdício, o esgotamento dos recursos (ACSELRAD,<br />

2004, p. 7), entretanto, não aborda, ou apenas tangencia, o problema<br />

das desigualdades sociais, que, em termos ambientais propriamente<br />

ditos, se traduzem no acesso desigual a água, saneamento, habitação<br />

em condições de segurança, áreas de lazer e tantos outros fatores associados<br />

à tão propalada “qualidade de vida”.<br />

Os fracos resultados da Conferência sobre Mudanças Climáticas<br />

das Nações Unidas (COP 15, realizada em dezembro de 2009, em<br />

Copenhague, Dinamarca), em termos de mudanças efetivas – ainda<br />

que numa perspectiva conservacionista – nas agendas dos grandes<br />

emissores de carbono, demonstram o incipiente enfrentamento da<br />

problemática ambiental em nível global: de acordo com a reportagem<br />

de Ricardo Muniz, em 19/12/09 (recolhida no site globo.com):<br />

Era para os países assinarem cortes de gases estufa segundo as recomendações<br />

científi cas do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre<br />

62 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.4 nº12 | p. 58-89 | JANEIRO > ABRIL 2010

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