Revista Sinais Sociais N12 pdf - Sesc
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de sub-registro de crimes 15 . Dessa forma, os dados selecionados para<br />
estimar a infl uência das diversas variáveis socioeconômicas sobre a<br />
criminalidade são do tipo longitudinal 16 .<br />
A estrutura básica do nosso modelo de regressão da seguinte forma:<br />
y = x’ β + z ’α ε it it i + it<br />
(1)<br />
onde y é a variável dependente do modelo, representada pela oferta<br />
it<br />
de crimes praticados, e x representa o vetor de variáveis explicati-<br />
it<br />
vas17 . Ambas as variáveis mudam entre os estados brasileiros, com i<br />
variando de 1 a 26, e ao longo do tempo, no ano t (t = 2001, 2002,...,<br />
2005). A heterogeneidade, ou efeito individual de estado, é representada<br />
por z ’α, em que z contém um termo constante e um conjunto<br />
i i<br />
de variáveis específi cas de estado, que podem ser observadas, ou não,<br />
para todos os estados. β e α são vetores de coefi cientes a serem estimados,<br />
e ε são os erros aleatórios típicos.<br />
it<br />
Devemos enfatizar que este estudo, bem como todos os outros que<br />
trabalham com dados criminais, sofre com a assimetria de informação<br />
reportada às autoridades ofi ciais competentes. Nos anos de 2004 e<br />
2005, o estado do Paraná não reportou seus dados referentes a delitos<br />
envolvendo drogas à Senasp. Portanto, optamos por excluir da nossa<br />
série a unidade paranaense nesses respectivos anos, e por esse motivo<br />
temos um painel desbalanceado, com 128 observações. Lembramos<br />
que, como estamos analisando as ocorrências criminais em nível estadual,<br />
não incluímos informações do Distrito Federal neste Painel.<br />
O controle pela heterogeneidade não observável de estados nesse<br />
modelo justifi ca-se por diversas razões. Primeiramente, podemos<br />
considerar a taxa de sub-registro como um efeito de estado não observável,<br />
ao supor que a probabilidade de denúncia de um tipo de<br />
crime sofrido esteja condicionada às características socioeconômicas<br />
da vítima, como nível de escolaridade, gênero, local do domicílio e até<br />
mesmo o grau de parentesco com o seu agressor. Além disso, a decisão<br />
15 Como exposto na seção 2, algumas variáveis explicativas como renda, gastos<br />
em segurança pública, pobreza e desemprego são passíveis do problema<br />
de endogeneidade.<br />
16 Ver Santos e Kassouf (2007b) e Kume (2004).<br />
17 Existem K variáveis exógenas em xit , excluindo o termo constante.<br />
42 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.4 nº12 | p. 10-57 | JANEIRO > ABRIL 2010