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Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte

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112 <strong>Práticas</strong> <strong>Corporais</strong> Trilhan<strong>do</strong> e compar(trilhan<strong>do</strong>) as ações em Educação Física<br />

Nesta pesquisa, a relação de participação da prática científica nos desafiou<br />

a ver e a compreender os sujeitos e seus mun<strong>do</strong>s, tanto por meio de suas<br />

pessoas nominadas, quanto a partir de um trabalho social e político que, constituin<strong>do</strong><br />

a razão da prática, constituiu igualmente a razão da pesquisa. Isso<br />

não porque uma fração obediente de sujeitos populares participou subalternamente<br />

da pesquisa, mas porque uma pesquisa coletiva participa organicamente<br />

de momentos <strong>do</strong> trabalho de classe, quan<strong>do</strong> ela precisa se reconhecer<br />

no conhecimento da ciência (BRANDÃO, 1987).<br />

Essa perspectiva meto<strong>do</strong>lógica possibilitou criar condições para que<br />

nós, professoras-pesquisa<strong>do</strong>ras, e o grupo de participantes nos tornássemos<br />

capazes de responder com maior eficiência às situações em que vivemos, em<br />

particular, sob a forma de diretrizes de ação transforma<strong>do</strong>ra. Neste contexto,<br />

portanto, emergiu a necessidade de se utilizar técnicas de coleta de da<strong>do</strong>s que<br />

corroborassem essa visão.<br />

Toman<strong>do</strong> a realidade empírica como campo específico da ciência, destacamos<br />

a importância da observação como meio para compreender pessoas,<br />

coisas, acontecimentos e situações. Para tanto, aponta Franz Victor Rudio<br />

(1980, p.33), não basta apenas ver, sentir, ouvir, tocar etc., é necessário examinar,<br />

auscultar, “observar é aplicar os senti<strong>do</strong>s a fim de obter uma determinada<br />

informação sobre algum aspecto da realidade”. Nesse senti<strong>do</strong>, um <strong>do</strong>s instrumentos<br />

utiliza<strong>do</strong>s para coleta de da<strong>do</strong>s foi a observação direta (participante).<br />

Um trabalho de observação participante pressupõe o contato direto das<br />

pesquisa<strong>do</strong>ras com o fenômeno observa<strong>do</strong>. Esse instrumento, segun<strong>do</strong><br />

Raymond Quivy & Lue Van Campenhoudt (1992), é particularmente adequa<strong>do</strong><br />

à análise <strong>do</strong> não-verbal e daquilo que ele revela, tais como: os códigos de<br />

comportamento, a relação com o corpo e os traços culturais. De acor<strong>do</strong> com<br />

RUDIO (op.cit., p.33, grifo <strong>do</strong> autor), “não podemos observar tu<strong>do</strong> ao mesmo<br />

tempo. Nem mesmo podemos observar muitas coisas ao mesmo tempo. Por<br />

isso uma das condições fundamentais de se observar bem é limitar e definir<br />

com precisão o que se deseja observar”. Segun<strong>do</strong> ele, isso garante a validade<br />

da observação.<br />

Desta forma, elaboramos uma matriz analítica de observação, a qual<br />

considerou os seguintes aspectos: o por quê, para quê, como, o quê, e quem observar.<br />

Nessa, tiveram destaque aspectos da dinâmica de cada aula, tais como:<br />

o desenvolvimento das atividades (objetivos, conteú<strong>do</strong>s e encaminhamentos),

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