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Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte

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174 <strong>Práticas</strong> <strong>Corporais</strong> Trilhan<strong>do</strong> e compar(trilhan<strong>do</strong>) as ações em Educação Física<br />

nhecem a pesquisa científica como constitutiva das próprias atividades<br />

<strong>do</strong>centes e como importante fundamento da prática pedagógica.<br />

É importante levar em consideração que a meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>tada nesta<br />

pesquisa não deve ser vista como uma técnica qualquer, avulsa, neutra, mas<br />

que tem razões históricas e princípios fundamentais que requerem um aprofundamento<br />

em relação aos seus pressupostos teóricos. Em última instância,<br />

o que se almejava era a transformação da realidade, e isto não se consegue a<br />

partir de um trabalho isola<strong>do</strong> e individualiza<strong>do</strong>. A transformação da realidade<br />

só é possível de forma coletiva e, como disse Moisey Pistrak (1981, p.41), em<br />

relação a auto-organização <strong>do</strong>s estudantes: “a aptidão para trabalhar coletivamente<br />

só se adquire no trabalho coletivo”.<br />

Essas possibilidades pedagógicas (experimentação, problematização,<br />

teorização e reconstrução coletiva <strong>do</strong> conhecimento) foram fundamentais<br />

nessa pesquisa e, ao serem articuladas com os fundamentos da pesquisa-ação,<br />

demonstraram a sua pertinência e exeqüibilidade no processo de organização<br />

<strong>do</strong> trabalho pedagógico e no trato com o conhecimento da capoeira, dentro de<br />

uma perspectiva crítica. Elas, por sua vez, foram também experimentadas,<br />

problematizadas, teorizadas e reconstruídas nesse percurso investigativo.<br />

Os participantes da pesquisa tiveram oportunidade de experienciar, problematizar,<br />

teorizar e reconstruir minimamente o repertório cultural capoeirano,<br />

com destaque para a ginga, os golpes e as negaças, o canto interativo e a<br />

roda lúdica. Tu<strong>do</strong> isso ocorreu por meio de experiências individuais, em dupla<br />

e coletivamente, com ênfase na circularidade, na descontração e na atenção.<br />

No que diz respeito às experiências com os fundamentos da capoeira,<br />

elas não se restringiram à pura execução biomecânica de alguns movimentos e<br />

golpes, mas foram acompanhadas de discussões sobre os rituais, as diferentes<br />

nomenclaturas, a etimologia, a aplicação, as possibilidades de sistematização, os<br />

significa<strong>do</strong>s e as representações <strong>do</strong>s golpes, os detalhes técnicos e de segurança.<br />

A intensidade, o envolvimento, a ressonância que marcaram o desenvolvimento<br />

dessa pesquisa nos permitem asseverar que a prática pedagógica<br />

com capoeira reveste-se de situações complexas e muitos desafios. Os sujeitos<br />

envolvi<strong>do</strong>s apresentaram níveis de aproximação e apreensão distintos. Esses<br />

fatores nos levaram a conceber que o trato com a capoeira no contexto educacional<br />

ainda carece de uma formulação consistente, no que diz respeito aos<br />

conteú<strong>do</strong>s, procedimentos didáticos, objetivos e avaliação.

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