Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte
Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte
Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Travessuras e artes na natureza: movimentos de uma sinfonia 83<br />
Para atingir este horizonte, caminhamos pelas seguintes trilhas:<br />
• Desenvolver uma vivência reflexiva, atravessada pela arte em suas<br />
diversas linguagens, sobre o corpo e suas (ir)reais dimensões no contato<br />
com a Natureza;<br />
• Desenvolver fundamentos teórico-meto<strong>do</strong>lógicos para a re-significação<br />
das práticas corporais na Natureza;<br />
• Explicitar as origens, necessidades e finalidades que perpassam o<br />
processo de construção da técnica como media<strong>do</strong>ra dessas práticas,<br />
buscan<strong>do</strong> elementos para sua re-elaboração;<br />
• Problematizar as diferentes percepções da relação Espaço-Tempo que<br />
os sujeitos envolvi<strong>do</strong>s nas práticas apresentam;<br />
• Oportunizar a percepção de ritmos diversos.<br />
Ao longo da caminhada, encontramos marcos – aos quais chamaremos<br />
de categorias –, como auxiliares <strong>do</strong> processo de observação, coleta e<br />
análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s:<br />
A dimensão da Alteridade expressa enquanto a possibilidade de<br />
descentramento <strong>do</strong> próprio´eu´ 24 se configurou como pano de fun<strong>do</strong> para a<br />
eleição da categoria central: A “relação ser humano-Natureza” 25 . Buscou-se<br />
identificar alguns indica<strong>do</strong>res de como o grupo investiga<strong>do</strong> expressa essa<br />
relação. Porém, a alteridade, fundamento da categoria central, configurou-se<br />
ela mesma numa outra categoria, sen<strong>do</strong> através dela que focamos as relações<br />
estabelecidas no grupo entre professores-pesquisa<strong>do</strong>res e alunos-pesquisa<strong>do</strong>s.<br />
Desse mo<strong>do</strong>, a relação ser humano-Natureza, eleita como categoria<br />
central deste estu<strong>do</strong>, passa, inescapavelmente, pela noção de alteridade, pois é<br />
preciso que se estabeleça tal olhar entre essas partes para que haja uma relação<br />
harmônica, a qual permite uma construção não despida de suas contradições<br />
e tensões, mas sim que as admite e junto a elas consegue materializar uma<br />
relação mútua, de respeito e diálogo, entre os sujeitos e o mun<strong>do</strong>, tal qual o<br />
fazem o compositor, o maestro, os músicos e os acordes numa bela sinfonia.<br />
Ao falarmos sobre a relação ser humano-Natureza se faz necessário<br />
explicitar a que Natureza estamos nos referin<strong>do</strong>; para isso, acompanhamos o<br />
pensamento de Karl Marx (1989, p.163), ao afirmar que ela diz respeito à<br />
24 Cf. Denise Jodelet (1998).<br />
25 A dicotomia presente nesta expressão apresenta-se apenas como ferramenta didática, uma vez que entendemos<br />
que ambos – ser humano e Natureza – são dimensões de uma mesma unidade.