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Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte

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Outros olhares: colhen<strong>do</strong> flores no jardim quase devasta<strong>do</strong>... 13<br />

um intento deste grupo integra<strong>do</strong> de pesquisa<strong>do</strong>res de pôr em voga a “imaginação<br />

sociológica”, a qual materializa-se na pesquisa como uma aproximação<br />

ou intervenção com os problemas de relevância pública. Dizen<strong>do</strong> a partir<br />

<strong>do</strong> próprio Wright Mills: “a imaginação sociológica é a sensibilidade para captar<br />

a necessidade da fusão da nossa vida individual, com os problemas coletivos<br />

<strong>do</strong> tempo conturba<strong>do</strong> em que vivemos. Assim, a tarefa individual e<br />

política <strong>do</strong> cientista social é deixar claro os elementos de inquietação e indiferença,<br />

frente aos problemas sociais que assolam a humanidade no mun<strong>do</strong><br />

contemporâneo” 5 .<br />

Em suma, o que percebo é que há no âmago da problematicidade das<br />

práticas corporais, apresentadas nos sete Subprojetos de pesquisa (Artes <strong>Corporais</strong><br />

e Aventuras na Natureza; Artes Marciais no Caminho <strong>do</strong> Guerreiro;<br />

<strong>Práticas</strong> <strong>Corporais</strong> na Maturidade; Vivências <strong>do</strong> Coração; Dançan<strong>do</strong> com seu<br />

Tempo; Capoeira e os Passos da vida; e Hip Hop, Movimento e Cidadania),<br />

uma relevância social, política e epistemológica, de tal mo<strong>do</strong> que há, ao mesmo<br />

tempo, a presença da imaginação sociológica e, fundamentalmente, uma<br />

reflexão filosófica de cunho investigativo, segun<strong>do</strong> nos lembra Saviani:<br />

O que leva o educa<strong>do</strong>r a filosofar são os problemas (entendi<strong>do</strong> esse<br />

termo com o significa<strong>do</strong> que lhe foi consigna<strong>do</strong>) que ele encontra ao realizar<br />

a tarefa educativa. Como a educação visa o homem, é conveniente começar<br />

por uma reflexão sobre a realidade humana, procuran<strong>do</strong> descobrir quais os<br />

aspectos que ele comporta, quais as suas exigências – referin<strong>do</strong>-as sempre à<br />

situação existencial concreta <strong>do</strong> homem brasileiro –, pois é aí (ou pelo menos<br />

a partir daí) que se desenvolverá o nosso trabalho. 6<br />

Essas primeiras palavras me conduzem a pensar o que significa colher<br />

da<strong>do</strong>s, enfim, e investigar/pesquisar no âmbito <strong>do</strong>s saberes tecniza<strong>do</strong>s <strong>do</strong> esporte<br />

convencional, de rendimento e performance, em suma, de espetáculo.<br />

Assim, me parece que são incomensuráveis os desafios da construção de outras<br />

pistas, caminhos e trilhas teórico-meto<strong>do</strong>lógicas, consideran<strong>do</strong> as políticas<br />

científicas, hoje colocadas para a Universidade pública e cujo lógica privilegia<br />

o quantitativismo, o produtivismo e o número, prevalecen<strong>do</strong> no lugar<br />

<strong>do</strong> humano e da cultura popular.<br />

5 MILLS, Wright. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.<br />

6 SAVIANI, 1986

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