17.04.2013 Views

Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte

Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte

Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

138 <strong>Práticas</strong> <strong>Corporais</strong> Trilhan<strong>do</strong> e compar(trilhan<strong>do</strong>) as ações em Educação Física<br />

tância da teoria. Como eles poderiam pensar um movimento social sem conhecer<br />

minimamente a organização social a qual pertencem? Quais são os<br />

objetivos deles com as oficinas? O que eles estão de fato ensinan<strong>do</strong> aos alunos<br />

está numa perspectiva transforma<strong>do</strong>ra? A partir dessas questões planejamos<br />

uma unidade didática de formação que contemplou o estu<strong>do</strong> introdutório sobre<br />

a sociedade capitalista, das questões sobre a cultura (cultura popular, cultura<br />

hegemônica e cultura de massa), hegemonia e contra-hegemonia. Nesse<br />

momento, eles externaram a vontade de estudar e que poderíamos fazer trocas,<br />

em que eles nos repassariam o que conhecem sobre o Hip Hop e nós os<br />

conhecimentos acerca das teorias pedagógicas e meto<strong>do</strong>lógicas, adentran<strong>do</strong><br />

em algumas questões mais sociológicas. Um <strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res solicitou, interessa<strong>do</strong><br />

no autor Karl Marx e no marxismo, que indicássemos alguns textos<br />

para leitura.<br />

Na aula-encontro de formação, os educa<strong>do</strong>res observaram que “o hip<br />

hop é um movimento político e social, que as pessoas se preocupam em ler e saber,<br />

mas todas cobram para expor e vender sua força de trabalho” (aula, 25/07/04,<br />

diário de campo da Helena), o que dificulta o acesso ao conhecimento. A partir<br />

<strong>do</strong> interesse <strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res pelo estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> marxismo, colocamos que, para<br />

Georg Lukács (1989), o desenvolvimento <strong>do</strong> capitalismo tende a produzir<br />

uma estrutura na qual o próprio pensamento fica subsumi<strong>do</strong>; portanto, para<br />

captarmos o real, é imprescindível perceber o próprio movimento deste que,<br />

sen<strong>do</strong> dialético, justifica a própria utilização <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> dialético, sen<strong>do</strong> possível<br />

desfazer a aparência ilusória <strong>do</strong>s fenômenos dentro <strong>do</strong> capitalismo, na<br />

qual a merca<strong>do</strong>ria se mostra em sua forma fetichizada, ao mesmo tempo em<br />

que as relações humanas se mostram reificadas:<br />

Esta tendência da evolução capitalista vai, porém, ainda mais longe; o caráter<br />

fetichista das formas econômicas, a reificação de todas as relações humanas, a<br />

extensão crescente de uma divisão <strong>do</strong> trabalho que atomiza abstrata e racionalmente<br />

o processo de produção sem se preocupar com as possibilidades e<br />

capacidades humanas <strong>do</strong>s produtores imediatos, transforma os fenômenos de<br />

sociedade e com eles a sua apreensão (LUKÁCS, idem, p.20).<br />

Este autor aponta, a partir de Marx, que a estrutura mercantil, apesar<br />

de se apresentar como um sistema fecha<strong>do</strong> e racional, cria uma objetividade<br />

ilusória, pois faz com que pareça que a relação mercantil seja uma relação

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!