Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte
Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte
Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Formação de educa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> movimento hip hop: impasses e possibilidades 149<br />
regimes de trabalho, aos quais se submetem milhares de seres humanos, é<br />
cada vez mais nacional, ou seja, o trabalha<strong>do</strong>r não possui o direito de ir e vir<br />
vender sua força de trabalho onde quiserem.<br />
Existem empresas que, utilizan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> seu direito de ir e vir, possuem<br />
to<strong>do</strong> seu processo de produção fragmenta<strong>do</strong> em diferentes países e em cada<br />
lugar produzem uma determinada coisa, enquanto a montagem fica em um<br />
outro país. Isso geralmente acontece por que em países “em desenvolvimento”<br />
ou “subdesenvolvi<strong>do</strong>s”, estas mesmas empresas recebem uma série de<br />
“incentivos” – como, por exemplo, a isenção <strong>do</strong> imposto de renda por um<br />
tempo determina<strong>do</strong>, terrenos para instalação da indústria –, assim como, os<br />
salários pagos aos trabalha<strong>do</strong>res destes países são inferiores aos <strong>do</strong>s países<br />
“desenvolvi<strong>do</strong>s”. Já os trabalha<strong>do</strong>res são contrata<strong>do</strong>s pela legislação <strong>do</strong> país ao<br />
qual pertencem, dentro de fronteiras nacionais que possuem um processo<br />
histórico que define a relação de forças entre a classe proletária e a classe burguesa,<br />
o que normalmente reflete precárias condições para o trabalha<strong>do</strong>r e sua<br />
família. Sabe-se que o preço pago pela força de trabalho em países “não<br />
desenvolvi<strong>do</strong>s” é muito mais baixo que em países “desenvolvi<strong>do</strong>s”. O próprio<br />
AHMAD (ibidem), para demonstrar essa tendência histórica na qual se<br />
aumenta a “mobilidade <strong>do</strong> capital” ao mesmo tempo em que se tem uma<br />
“imobilidade relativa <strong>do</strong> trabalho”, faz uma sentença provocativa:<br />
que to<strong>do</strong>s os capitais americanos venham para a Índia e que to<strong>do</strong>s os trabalha<strong>do</strong>res<br />
indianos sigam para os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, a fim de ganhar salários<br />
americanos. Que haja uma igualização global de salários e lucros. Não estamos,<br />
neste caso, pedin<strong>do</strong> o socialismo, mas apenas que a burguesia honre sua<br />
palavra: a livre circulação de pessoas.<br />
Queríamos demonstrar com isso que num mun<strong>do</strong> marca<strong>do</strong> pela luta<br />
de classes e pela relação desigual entre as nações – imperialismo –, o que se<br />
globaliza é a riqueza para um grupo de pessoas cada vez menor e a miséria<br />
para um grupo de pessoas cada vez maior. Assim a cidadania precisa ser<br />
repensada, pois pode ser ela também uma forma de ideologia.<br />
Debatemos a merca<strong>do</strong>rização que ocorre com as práticas corporais.<br />
Percebemos que essa discussão foi absorvida ao encontrarmos na entrevista de<br />
um <strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res que: