Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte
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64 <strong>Práticas</strong> <strong>Corporais</strong> Trilhan<strong>do</strong> e compar(trilhan<strong>do</strong>) as ações em Educação Física<br />
A RELAÇÃO COM O “OUTRO” NA CONFORMAÇÃO<br />
DA DANÇA, NA AÇÃO E NA APRECIAÇÃO<br />
A observação e a interação como meio de compreensão<br />
e apropriação da dança<br />
Um elemento importante no decorrer da pesquisa foi o estímulo às<br />
observações durante as aulas. Inicialmente, essas observações foram incorporadas<br />
às propostas, ou seja, ocorriam em momentos determina<strong>do</strong>s das propostas<br />
de improvisação. O estímulo a esses momentos ocorria freqüentemente<br />
nas aulas, pois muitas das propostas estimulavam os participantes 17 a observar<br />
e a perceber “o outro” na construção de sua movimentação.<br />
Em algumas aulas, os integrantes <strong>do</strong> projeto chegavam extenua<strong>do</strong>s ou,<br />
durante as aulas, por varia<strong>do</strong>s motivos, deixavam de realizar as atividades e<br />
sentavam-se. Como em quase to<strong>do</strong> final de aula ocorria uma conversa, questionávamos<br />
os observa<strong>do</strong>res sobre como havia si<strong>do</strong> a experiência, engendran<strong>do</strong><br />
a compreensão de que a participação na aula podia estabelecer-se de outras<br />
formas e o aprendiza<strong>do</strong> de dança inclui a apreciação desta prática corporal.<br />
Objetivamos durante as aulas sensibilizar as pessoas ao ato de apreciar<br />
dança, pois compreendíamos que<br />
na arte, a imagem é choque, um choque que desperta a consciência de cada<br />
um, lhe exige uma atenção intensa para ser penetrada, apreciada e julgada. O<br />
seu conteú<strong>do</strong> só é partilha<strong>do</strong> pelo especta<strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong> este consegue elevar a<br />
sensibilidade a um nível indispensável de exaltação de si próprio (HUYGHE,<br />
1986, p.11).<br />
Sabemos que é difícil esse caminho ante a supremacia da racionalidade<br />
instrumental vigente em nossa sociedade, porém procuramos estimular nos<br />
integrantes aquela dimensão sensível. Muitos foram os caminhos encontra<strong>do</strong>s<br />
para proporcionar a apreciação em dança. Freqüentemente comentávamos<br />
com o grupo acerca das apresentações que ocorreriam na cidade e, reciprocamente,<br />
o grupo nos trazia também informações.<br />
17 Por economia de linguagem e leveza da forma textual optamos por manter apenas a declinação de gênero<br />
masculino na maioria das formas utilizadas no plural. Procuramos, também, enunciar o maior número de vezes<br />
ambas as declinações nos termos masculino e feminino, quan<strong>do</strong> no singular.